Operação “Rocha de Israel” prevê o resgate de 2.000 judeus que ainda vivem na Etiópia.
Por David Aghiarian, Unidos com Israel
Tel Aviv, 23/12/2020
Em uma parceria de sucesso, a Agência Judaica para Israel, o Ministério da Imigração e Absorção e a ONG Keren Leyedidut resgataram um novo grupo de judeus da Etiópia. Ontem, 219 judeus falashas, membros da comunidade Beta Israel, chegaram a Tel Aviv como parte da operação “Tzur Israel”.
Com um orçamento de 370 milhões de shekels, a operação Rocha de Israel, ou Tzur Israel em hebraico, pretende resgatar 2.000 dos 14.000 membros da comunidade Beta Israel que ainda vivem na Etiópia. Estes, encontrarão no Estado Judeu um novo lar e serão assistidos pelas autoridades locais.
Posted by פנינה תמנו שטה Pnina Tamano Shata on Monday, December 21, 2020
Mulher judia etíope beija o solo da Terra Santa ao chegar a Israel.
Ao chegarem a Israel, estes novos imigrantes receberão o status de Olim Chadashim. Previsto na Lei do Retorno, este status garante aos judeus que optam por imigrar para Israel uma série de benefícios. Entre eles, aulas de hebraico, auxílio financeiro durante os primeiros meses desde a sua chegada, plano de saúde gratuito pelo período de um ano e educação superior grátis para aqueles com até 30 anos de idade. Mas ao lado dos direitos existem as obrigações, a principal delas, a obrigatoriedade de servir às Forças de Defesa de Israel para aqueles que chegarem ao país com até 23 anos de idade.
Posted by הסוכנות היהודית לארץ ישראל on Tuesday, December 22, 2020
“A Operação Tzur Israel está em pleno andamento”, disse ministra israelense Pnina Tamano-Shata. Segundo ela, até o fim de janeiro, a partir de uma decisão do governo aprovada em outubro, um avião transportando centenas de imigrantes etíopes pousará em Israel quase todas as semanas. Isto, até que 2.000 pessoas que esperaram há anos pelo direito de chegar a Israel se reúnam com suas famílias.
Até agora, a operação Tzur Israel já resgatou mais de 600 pessoas.
“Isso é um privilégio, temos um objetivo muito honroso e para mim, tem sido muito significativo ocupar o cargo de Ministra da Imigração e Absorção”, disse Tamano-Shata.
Membro da comunidade etíope, a ministra Pnina Tamano-Shata nasceu na vila de Wuzaba na Etiópia e imigrou para Israel com sua família aos três anos de idade, durante a operação Moisés
Posted by פנינה תמנו שטה Pnina Tamano Shata on Tuesday, December 22, 2020
Pnina Tamano-Shata, Ministra da Imigração e Absorção.
A comunidade Beta Israel
Até serem descobertos por um grupo de missionários no ano de 1860, os Falashas, chamados também de Beta Israel, acreditavam ser os últimos judeus do mundo.
Anos depois, fascinado com a possibilidade de encontrar os falashas, o historiador Joseph Halevi decidiu procurar os “judeus negros da etiópia”. Halevy foi recebido com desconfiança por aqueles que nunca haviam visto um judeu branco.
Além da teoria de que sejam descendentes do Rei Salomão e da Rainha de Sabá, é possível que os judeus da Etiópia tenham fugido para o país africano após a destruição do Segundo Templo de Jerusalém.
Por séculos isolados do resto do mundo e sem contato algum com o judaísmo praticado na Europa e nos países árabes, os falashas tinham seus próprios costumes e tradições. Quando foram encontrados, guardavam o shabat e praticavam uma versão ainda bíblica e intocada do judaísmo.
Desde os anos 80, governos israelenses adotam medidas para repatriar os judeus da Etiópia. Entre as operações mais famosas estão a Operação Moisés e Operação Salomão que em menos de 24h, resgatou 14.300 judeus falashas.
Coordenada pelo serviço secreto israelense a Operação Moisés por sua vez, resgatou e repatriou 14.000 judeus falashas. Refugiados no Sudão e fugindo da guerra civil na Etiópia estes judeus foram trazidos para a terra de Israel através de um resort de fachada mantido na costa sudanesa. Esta audaciosa operação inspirou o filme “Missão no Mar Vermelho” que pode ser visto no Netflix.