Lag BaOmer: uma lição de fé e perseverança

Por que celebramos Lag Baomer, o dia em que a peste acabou matando quase todos e cada um dos 24.000 alunos do Rabi Akiva?

Por Rabino Ari Enkin, United with Israel

Lag Baomer é um dia feliz. Nossos sábios dizem que neste dia devemos aumentar nossa alegria e não devemos recitar orações de natureza fúnebre.

Existem várias razões pelas quais Lag Baomer é celebrado mas a mais conhecida é atribuída ao sábio talmúdico Rabi Shimon Bar Yochai. Ele teria deixado instruções para que o aniversário de sua morte fosse celebrado como um dia de muita alegria.

De acordo com alguns relatos Lag Baomer é de fato a data em que morreu Rabi Shimon Bar Yochai. Por esta razão, neste dia, centenas de milhares de pessoas viajam até o se túmulo na cidade de Meron, no norte de Israel.

Outra razão para celebrarmos Lag Baomer é que este foi o dia em que os alunos de Rabi Akiva, outro sábio talmúdico, pararam de morrer, vítimas da peste. Em apenas um mês, Rabi Akiva perdeu 24.000 discípulos e foi em Lag Baomer, teve fim a epidemia que os estava massacrando.

Este segundo motivo pelo qual celebramos Lag Baomer é muito estranho. Imagine um casal com 10 filhos, agora imagine que todos eles morreram dentro de aproximadamente um mês, um após o outro. Será que o casal pensaria em promover todos os anos um dia de celebração pela morte de seus filhos? Claro que não! Esta seria lembrada como uma data de luto.

Então, por que celebramos o dia em que os alunos do Rabi Akiva pararam de morrer?

Acredita-se que originalmente Deus havia decretado que apenas Rabi Akiva morreria. Mais tarde, o decreto divino foi rescindido e Deus optou por trocar a vida de Rabi Akiva por algo de igual valor, ou seja, a vida de 24.000 alunos. Essa abordagem explicaria quem foi Rabi Akiva e a magnitude de sua contribuição para o judaísmo. É uma lição de fé, força e determinação.

Ao fim da peste Rabi Akiva teria reunido seus 5 únicos alunos que sobreviveram: Rabi Meir, Rabi Yehuda, Rabi Yossi, Rabi Shimon e Rabi Elazar. Juntos, elese se mudaram para o sul de Israel.

Posso afirmar que, se – Deus não o permita – qualquer um de nós tivesse sofrido com tamanha tragédia, provavelmente teríamos simplesmente desistido da vida. Mas não foi isso que fez Rabi Akiva, ele optou por continuar mesmo após ver destruído tudo aquilo que ele trabalhou para construir. Rabi Akiva começou do zero. Ele sabia que a continuidade do povo judeu estava em suas mãos e ele simplesmente não podia jogar a toalha.

E ele estava certo! Rabi Akiva e seus cinco discípulos são tão importantes que não há uma única página em todo o Talmud, em que o nome de um deles não tenha sido mencionado ao menos uma vez.

Temos muito a aprender com o Rabi Akiva. Quando as coisas estiverem difíceis, nunca jogue a toalha. Nunca desista. Seus esforços nunca serão em vão.

Então este ano, quando você comemorar o Lag BaOmer, tenha em mente uma celebração de força, fé e perseverança. Celebre a vida de Rabi Akiva, sua persistência, sua confiança e seu legado.

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