Ilustração: Torre de Londres na Inglaterra (Foto: David Aghiarian, UWI) Ilustração: Torre de Londres na Inglaterra (Foto: David Aghiarian, UWI)

No Reino Unido, quase 20% da população crê que “os judeus criaram o coronavírus para levar a economia ao colapso e obter ganhos financeiros”.


 

Por Benjamin Kerstein, El Algemeiner

A Universidade de Oxford, através de uma pesquisa, avaliou a reação da população do Reino Unido diante de várias “teorias da conspiração” ligadas ao coronavírus. “Os judeus criaram o vírus para levar a economia ao colapso e obter ganhos financeiros”, era uma das afirmações na pesquisa.

Segundo o resultado da pesquisa, 5% dos entrevistados disseram estar “um pouco” de acordo com a afirmação de que os judeus estão por trás do coronavírus. Outros 6,8% dos entrevistados disseram estar “moderadamente de acordo”, 4,6% “concordavam muito” com a afirmação e 2,4% disseram estar “completamente de acordo”.

Se somados, 19,3% dos entrevistados pela Universidade de Oxford concordariam de alguma forma com esta teoria conspiratória antissemita. Em contrapartida, 80,7% dos entrevistados disseram “não estar de acordo” com a afirmação de que os judeus criaram o coronavírus para obter ganhos financeiros.

O resultado da pesquisa foi semelhante quando a afirmação apontava outras teorias da conspiração e culpava outros grupos pelo coronavírus. Entre estes grupos podemos citar, os muçulmanos, Bill Gates, a Organização Mundial da Saúde e políticos.  

A teoria de que o coronavírus é uma “arma biológica desenvolvida pela China para destruir o Ocidente” foi considerada a mais convincente. Quase 50% dos entrevistados concordaram com esta afirmação.

Daniel Freeman, professor de Psicologia Clínica de Oxford e quem dirigiu o estudo e coordenou a equipe de pesquisa, disse: “a epidemia tem todos os ingredientes necessários para o avanço de teorias da conspiração incluindo ameaças sustentadas, exposição de vulnerabilidades e imposição de mudanças”.

Ainda segundo Daniel Freedman, as afirmações relacionadas a teorias conspiratórias apresentadas aos entrevistados “foram amplamente baseadas em hipóteses e preconceitos do passado”.

“Essas crenças parecem ser corrosivas e afetam a resposta do público com relação a crise. Com a epidemia, a desconfiança parece ter se tornado a corrente principal “, disse ele.

Para o Dr. Sinéad Lambe, do departamento de psiquiatria de Oxfor, as mídias sociais são um fator importante e contribuem com a popularidade de teorias da conspiração relacionadas ao coronavírus. Segundo ele, “a crença em movimentos conspiratórios viaja mais longe e mais rápido do que nunca. Nossa pesquisa indica que as pessoas que acreditam nesses teorias as compartilham com outras”.