Judeus romenos que sobreviveram ao Holocausto terão acesso a uma pensão paga por Bucareste.
Por Unidos com Israel
Jerusalém, 03/08/2022
O Primeiro-ministro de Israel, Yair Lapid, e a Ministra da Igualdade Social, Merav Cohen, anunciaram esta semana haver firmado um acordo junto ao governo da Romênia que prevê o pagamento de uma indenização aos judeus romenos que sobreviveram a perseguição nazista e aos horrores do Holocausto.
“Como filho de um sobrevivente do Holocausto, estou emocionado com a assinatura deste importante acordo. O Estado de Israel tem a obrigação de fazer todo o possível para garantir que os sobreviventes do Holocausto possam viver com a devida dignindade. Esta é nossa obrigação enquanto sociedade”, disse Lapid.
O acordo firmado entre Jerusalém e Bucareste prevê o pagamento de indenizações na forma de pensões, que serão pagas mensalmente aos sobreviventes pelo sistema previdenciário da Romênia. O valor destas foi estipulado entre 450 e 750 dólares, a ser definido pelo tempo em que os sobreviventes estiveram nos territórios controlados pelas forças romenas durante a Segunda Guerra Mundial.
As autoridades estimam que aproximadamente 15.000 judeus romenos sobreviventes do Holocausto ainda estejam vivos.
“Não restam muitos anos durante os quais poderemos servir diretamente os sobreviventes do Holocausto. Por isso, estamos trabalhando norteados pelo senso de missão e urgência para melhorar suas situações econômicas, criar ainda mais serviços à sua disposição e permitir que envelheçam com dignidade”, disse a ministra Merav Cohen.
Durante a Segunda Guerra Mundial a Romênia, a época governada pelo ditador Ion Antonescu, aliou-se à Alemanha Nazista e adotou sua sinistra doutrina de caça aos judeus, que viviam no país desde a idade média. Os episódios de violência e perseguição contra a comunidade judaica romena tornaram-se então recorrentes e um deles, conhecido como o Pogrom de Iasi, entrou para história como uma das sombrias marcas do antissemitismo na Romênia.
De acordo com o Memorial do Holocausto Yad Vashem em Jerusalém aproximadamente 400 mil judeus foram assassinados em territórios controlados pelas forças romenas durante a Segunda Guerra Mundial.
Por décadas as autoridades e historiadores da Romênia vêm tentando reescrever a história através de um conluio que prega a inocência do país quanto ao seu envolvimento no assassinato de 6 milhões de judeus durante a Segunda Guerra Mundial. Atos como este, adotado esta semana por Bucareste, são importantes por representarem um reconhecimento de culpa e corrigirem a injustiça histórica que atenta contra a memória das vítimas de Hitler e de seu aliado romeno, Ion Antonescu.