Em uma tentativa de expandir os Acordos de Abraão, Jerusalém e Washington estão com os olhos voltados para Indonésia, Mauritânia, Nigéria e Somália.


Por David Aghiarian, Unidos com Israel

Jerusalém, 12/03/2023

 

O Primeiro Ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e seu Ministro das Relações Exteriores, Eli Cohen, estão trabalhando junto a Washington para expandir os Acordos de Abraão e assim aumentar o número de países árabes, ou de maioria muçulmana, que mantém relações com Jerusalém. De acordo com a mídia israelense, estão envolvidos nas negociações o Secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, e o Assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan.

Diante da negativa do rei Salman bin Abdulaziz Al Saud da Arábia Saudita para os Acordos de Abraão as atenções de Washington e Jerusalém voltaram-se pra a África e para o Oriente. Entre os países cotados para tornarem-se signatários dos Acordos de Abraão estão a Somália, Nigéria, Mauritânia e o maior país muçulmano do mundo, a Indonésia.

De acordo com um artigo publicado no jornal israelense Israel HaYom, as negociações com a Mauritânia são as mais avançadas até aqui.

A expansão dos Acordos de Abrão não é apenas uma promessa de campanha de Benjamin Netanyahu, mas um interesse político e eleitoral de Washington, principalmente às vésperas das eleições de meio mandato nos Estados Unidos. Após erros crassos cometidos nos últimos dois anos no cenário internacional, como a forma como lidou com a saída do Afeganistão por exemplo, Joe Biden ainda precisa provar quer sua administração é capaz de manter os Estados Unidos no “topo do mundo”.  Isto, em especial, após os últimos desdobramentos e a clara influência da China no Golfo Arábico, ou Pérsico.

Na última sexta-feira (10), a China anunciou haver mediado a normalização das relações entre o Irã e a Arábia Saudita após 7 anos de choques entre Teerã e Riad.

Arquitetados e mediados pela administração do ex-presidente Donald Trump, os Acordos de Abraão normalizaram as relações entre Israel, os Emirados Árabes Unidos e o Bahrein. Mais tarde, apesar de ainda era Trump, o Sudão e o Marrocos também anunciaram a normalização das relações com Jerusalém.