AP Photo/Denis Poroy
The scene of a shooting attack at the Chabad of Poway synagogue in California. (AP Photo/Denis Poroy)

Estudo divulgado pelo FBI aponta que 1.302 judeus foram vítimas do antissemitismo nos Estados Unidos em 2019.


Por David Aghiarian, Unidos com Israel

Tel Aviv, 18/11/2020

 

O FBI divulgou nesta segunda-feira (16), seu relatório estatístico anual referente aos crimes de ódio registrados nos Estados Unidos durante o ano de 2019. Nele, podemos constatar um recorde no número de crimes desta natureza e um aumento de 14% nos crimes ligados ao antissemitismo em comparação com o ano de 2018.

Ao todo, durante o ano de 2019 nos Estados Unidos, o ódio motivou 7.314 crimes e fez 8.559 vítimas. Destes, 1.650 foram motivados pelo ódio contra grupos religiosos.

Analisando esta subcategoria, constata-se que o antissemitismo produziu 995 crimes e fez 1.032 vítimas. Ou seja, a comunidade judaica dos Estados Unidos foi alvo de 60,2% de todos os crimes motivados por religião. Em um ano em que o antissemitismo fez três vítimas fatais apenas nos Estados Unidos, isto representa um aumento de 14% em comparação com o ano de 2018 quando foram registrados 853 crimes desta natureza.

Em segundo lugar estão os crimes de ódio contra muçulmanos, 176, e em terceiro lugar os crimes católicos, 64.

Apesar da grande disparidade entre os crimes contra judeus e aqueles contra fiéis de outras religiões, este número pode ser ainda maior. Isto porque, de acordo com o Comitê Judaico Americano, AJC na sigla em inglês, nos últimos 5 anos, 76% dos membros da comunidade judaica vítimas de crimes ligados ao antissemitismo não recorreram às autoridades.

De acordo com a Diretora da AJV para a Luta contra o Antissemitismo, Holly Huffnagle, 82% dos judeus americanos acreditam em um aumento do antissemitismo nos últimos 5 anos.

“Os índices sustentam o medo. Os judeus representam 2% da população americana e são a vítima da grande maioria dos crimes de ódio religioso. Mais alarmante ainda é o número de assassinatos motivados pelo ódio contra grupos religiosos onde em 2019, metade das vítimas eram judeus”, disse Holly Hoffnagle.

Em pleno século XXI e 75 anos após o holocausto, o relatório apresentado esta semana pelo FBI é a prova de que mesmo nos Estados Unidos os judeus não estão salvos e de que a luta contra o antissemitismo, deve manter-se viva ao redor do mundo.