Decisão é vista como uma aproximação entre Riad e Jerusalém e permitirá que cias. aéreas de Israel usem o espaço aéreo da Arábia Saudita.


Por Unidos com Israel

Jerusalém, 17/07/2022

 

Após muita especulação sobre uma aproximação entre a Arábia Saudita e Israel o país muçulmano fez no final da semana passada, um pequeno aceno ao mundo ao anunciar a abertura de seu espaço aéreo para as companhias aéreas israelenses.  Isto ainda está longe de corresponder à adesão da Arábia Saudita aos Acordos de Abraão, mas na atual conjuntura geopolítica simboliza uma aproximação entre Riad e Jerusalém.

O anunciou, feito pela Agência de Aviação Civil da Arábia Saudita através das redes sociais, não menciona explicitamente Israel, mas diz que “o espaço aéreo do reino será aberto à todas as cias. aéreas”.

A decisão de Riad foi anunciada horas antes da chegada à Arábia Saudita do Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que no momento fazia uma visita oficial a Israel. Após deixar Jerusalém o presidente americano encontrou-se em Jeddah com os líderes dos países do Golfo Arábico, além daqueles do Egito, Jordânia e Iraque.

Biden, segundo a Casa Branca, recebeu “com satisfação e elogiou” a decisão da Arábia Saudita.

O Primeiro-ministro de Israel, Yair Lapid, também comemorou a abertura do espaço aéreo saudita para as cias. aéreas israelenses e disse que isto foi o resultado de um “longo, secreto e intensivo trabalho diplomático”.

“Acordamos hoje para uma ótima notícia”, disse Lapid, que relatou ainda que a decisão da Arábia Saudita foi uma decorrência da “Declaração de Jerusalém”.

Em termos práticos, a decisão da Arábia Saudita de abrir o seu espaço aéreo para cias. aéreas israelenses representa a redução do tempo de voo entre Tel Aviv e diversos destinos no oriente. Até aqui, sem a possibilidade de entrar no espaço aéreo saudita, aeronaves de companhias como a El Al tinham de contornar toda o sudeste da África antes de dirigir-se para a Austrália, Japão ou Tailândia por exemplo.

Israel e a Arábia Saudita não mantém relações diplomáticas, mas uma aproximação entre Riad e Jerusalém é aguardada desde que foram assinados os Acordos de Abraão. Acredita-se, que eleição de Joe Biden para o cargo de Presidente dos Estados Unidos possa ter adiado esta aproximação.  Biden, mantém e defende uma posição hostil à Arábia Saudita sendo visto por Riad como um adversário.

Especialistas acreditam ainda, que a normalização dos laços entre Riad e Jerusalém possa ter sido barrada pelo Rei Salman Al Saud. Aos 86 anos de idade, o rei saudita representa uma geração que cresceu enxergando o Estado Judeu como inimigo do mundo árabe. Enquanto isso, a nova geração, representada pelo príncipe herdeiro Mohammed bin Salman, já seria capaz de ver Israel com outros olhos.