UNIDOS COM ISRAEL

Assim como o Hamas e o Hezbollah, PT condena operação que matou o terrorista Qassem Soliemani

Qassem Soliemani (AP)

Em nota, Partido dos Trabalhadores condenou a operação que matou o terrorista Qassem Soliemani, assim como fizeram grupos terroristas.

David Aghiarian, Unidos com Israel

No último sábado (4), o Partido dos Trabalhadores emitiu uma nota condenando veementemente a operação militar dos Estados Unidos que eliminou Qassem Soliemani, líder das Forças Quds da Guarda Revolucionário do Irã.

Enquanto o Ministério das Relações Exteriores do Itamaraty emitiu uma nota de apoio a luta contra o terrorismo, o partido do ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva chamou a atuação americana no Oriente Médio de “criminosa”. O PT exige ainda que o país e seus aliados “recuem imediatamente”.

A nota do Partido dos Trabalhadores, critica a posição do atual governo e diz que a operação que matou Qassem Soliemani, é parte de um projeto de campanha à reeleição, do Presidente dos Estados Unidos Donald Trump. O PT classificou a operação como uma “manobra de eleitoral”.

Vale lembrar que Qassem Soliemani é, assim como disse o presidente Donald Trump, “o maior terrorista do mundo”. Através de seus soldados, Soliemani comandava operações terroristas em vários países. No Oriente Médio por exemplo, o general iraniano apoiava organizações terroristas como o Hamas e a Jihad Islâmica na Faixa de Gaza, o Hezbollah no Líbano, os Rebeldes Houthis no Iêmen e a milícia Shia no Iraque. Ele é o responsável pela morte de milhares de pessoas.

É importante destacar também, que não é à toa que desde 25 de outubro de 2007 a Força Quds, de qual Quassem Soliemani era líder e que conta com aproximadamente 20.000 homens, está na lista de organizações terroristas dos Estados Unidos. O Canadá também reconhece, desde 2012, a Força Quds como uma organização terrorista.

Mas Qassem Soliemani e seus homens não atuavam apenas no Oriente Médio. A Al Quds é uma força de elite especializada em operações secretas internacionais. Soleimani está por trás por exemplo, de dois atentados terroristas na cidade de Buenos Aires nos anos 90, um contra a sede da AMIA e outro contra a embaixada de Israel na cidade. Estes dois atentados tiraram a vida de 107 pessoas, deixaram centenas de feridos e fizeram com que o governo argentino incluísse o Hezbolah, grupo terrorista libanês financiado pelo Irã, na lista de organizações terroristas.

Na Bulgária, um atentado terrorista contra um ônibus de israelenses que matou 4 pessoas em 2012, também é atribuído ao Hezbollah e a Qassem Soliemani, um homem diabólico que deixou no mundo, um legado de terror e mortes.

Tudo isso aconteceu muito antes de Donald Trump e de sua campanha eleitoral à Presidência dos Estados Unidos. Até mesmo países muçulmanos, como o Bahrein e a Arábia Saudita, já classificam a Força Quds de Qassem Soliemani como uma organização terrorista. Mas infelizmente, o Partido dos Trabalhadores, optou por condenar a operação militar que matou o maior terrorista da atualidade, assim como fizeram o Hamas e o Hezbollah. Lamentável.

 

Leia a seguir, a íntegra da nota divulgada pelo Partido dos Trabalhadores. 

O Partido dos Trabalhadores PT condena com veemência o ataque no dia 2 de janeiro contra militares iranianos, iraquianos e libaneses nas proximidades do aeroporto de Bagdá por mísseis dos Estados Unidos.

A medida levou à morte do General Quasem Soleimani, comandante das forças “Al Quds” do Irã, além da de sete outras pessoas de várias nacionalidades conforme divulgado até o momento.

Lamentável que o governo brasileiro tenha manifestado apoio a tal ação sob o argumento de combate ao terrorismo. Esse argumento falso encobre a atuação sistemática e criminosa dos EUA no Oriente Medio há muito tempo, estimulando conflitos, desestabilizando a região e colhendo resultados financeiros expressivos para investidores das indústrias armamentista e do petróleo.

Serve ainda como parte da estratégia de campanha do presidente estadunidense à sua reeleição no segundo semestre deste ano. Esperamos que a opinião pública mundial e a estadunidense em particular se posicionem contra este tipo de manobra eleitoral que somente tende a aprofundar o conflito na região gerando mais violações dos direitos humanos e ressentimentos. Sucessivos governos dos EUA e particularmente o atual, têm contribuído para agravar os litígios no Oriente Médio.

Fazemos um chamado pela paz e pelo cumprimento dos acordos multi e plurilaterais, incluindo o acordo nuclear assinado com o Irã durante o mandato do presidente Barack Obama e é fundamental que o governo dos EUA e de seus aliados recuem imediatamente de sua interferência nociva no Oriente Médio.

04 de Janeiro de 2020

Partido dos Trabalhadores

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