Na cidade de Aalst na Bélgica, pelo segundo ano consecutivo, fantasias apresentaram judeus como insetos e vários foliões vestiram-se como oficiais nazistas.

Unidos com Israel

Protegido pela “Liberdade de Expressão”, o carnaval da cidade de Aalst, na Bélgica, tornou-se um show de antissemitismo. Pelo segundo ano consecutivo, carros alegóricos ridicularizam judeus e foliões fantasiados como oficiais nazistas circulam livremente pela cidade.

 

 

 

 

O Carnaval da cidade de Aalst, que tem suas raízes ainda na idade média, já foi considerado um patrimônio cultural pela Unesco. Isso, até ano passado, quando começaram as diversas manifestações de antissemitismo. Hoje, de acordo com a Primeira-ministra belga, a festa de três dias “envergonha a nação e coloca a sociedade em risco”.

 

 

 

 

Este ano, judeus foram estereotipados e as fantasias apresentavam judeus ultra-ortodoxos como se estes fossem insetos. Além disso, vários foliões puderam ser vistos ostentando livremente suas fantasias de oficiais nazistas. Aqueles mesmo nazistas que mataram 6 milhões de judeus no holocausto.

Há aproximadamente um mês, o governo israelense pediu à Bélgica que manifestações antissemitas fossem proibidas durante o desfile de carnaval de Aalst. Infelizmente, nada foi feito.

 

 

 

Um dos membros do comitê que organiza o carnaval, Dirk Verlysen, disse que carros alegóricos ou indivíduos que “excedessem todos os limites” seriam retirados do desfile. Uma declaração vaga, subjetiva e sem efeitos reais.

O prefeito de Aalst, Christoph D’Haese, defendeu as manifestações antissemitas. Segundo ele, o que se viu foi “liberdade de expressão e criatividade”. O prefeito, até pousou ao lado de foliões que usavam garras e grandes e curvados narizes para representar os membros da comunidade judaica.

De acordo com o Rabino Pinchas Goldschmidt, que representa a comunidade judaica da Bélgica, “o desfile satírico de tropas antissemitas na cidade de Aalst é extremamente ofensivo”. Segundo ele, os limites da liberdade de expressão, essencial em uma democracia, terminam quando os direitos e a imagem de uma minoria são afetados.

 

 

 

O rabino chefe Pinchas Goldschmidt, presidente da Conferência dos Rabinos Europeus, contrariou a opinião de D’Haese e disse que “a procissão satírica com tropas anti-semitas em Aalst, Bélgica, são extremamente ofensivas e abusam do poder da liberdade de expressão que é um ingrediente tão essencial em qualquer democracia liberal”.