Com o lockdown imposto à população de Israel durante a pandemia do coronavírus, agentes do Mossad preparam o país para o pior dos cenários.
Por David Aghiarian, Unidos com Israel
Beit Shemesh, 19/07/2020
No início deste ano, quando o coronavírus chegou a Israel e o primeiro caso de covid-19 foi confirmado, diversas medidas foram tomadas pelas autoridades locais para conter a proliferação do vírus da cidade de Wuhan na China.
À época, rapidamente, o governo do então Primeiro-ministro interino, Benjamin Netanyahu, restringiu a entrada de estrangeiros ao país, fechou escolas e o comércio e adotou uma severa política de confinamento social. Tudo isso, para ganhar tempo e preparar o sistema de saúde e o país, para a maior crise sanitária dos últimos 100 anos.
Mas em um mundo em que nações e governantes lutavam, muitas vezes deslealmente, por máscaras, luvas, respiradores e todo tipo de insumos médicos, o Ministério da Saúde de Israel precisou de ajuda para chegar a estes equipamentos. Diante deste cenário caótico, o Premier israelense e o então Ministro da Defesa, Naftali Bennett, recrutaram o Mossad para a missão de preparar Israel para a pandemia do coronavírus.
Prontamente, o Diretor Geral do Mossad, Yossi Cohen, montou uma complexa operação para garantir que nada faltasse aos israelenses e em especial, as equipes médicas e ao sistema de saúde local. Tudo foi controlado de um centro de comando especialmente estabelecido no hospital Sheba Medical Center, nos arredores de Tel Aviv.
Acostumados a lidar diariamente com terroristas e ameaças ao Estado de Israel, os agentes do melhor serviço secreto do mundo, concentraram-se na missão de equipar os hospitais locais e preparar o país, para a pandemia do coronavírus. Tudo, em direta cooperação com os ministérios da defesa e da saúde.
Por dias a fio, os agentes do Mossad contactaram empresas, fábricas, revendedores, políticos e líderes internacionais para garantir que insumos médicos básicos pudessem ser trazidos, finalmente, ao Estado de Israel. Dois meses após ir às compras, o serviço secreto israelense concluiu a operação.
Em 26 de maio deste ano, dia em que Yossi Cohen “devolveu o bastão” para o Ministério da Saúde de Israel, o Mossad havia trazido para o país uma enorme quantidade de insumos médicos. Ao todo, foram importados 6.000 respiradores, 142 milhões máscaras cirúrgicas, 14 milhões máscaras do tipo KN95, 180 milhões pares de luvas, 5.5 milhões de óculos protetores, 33 toneladas de fluídos desinfetantes, 2 milhões de testes de coronavírus e toneladas de 47 tipos de medicamentos, insulina e sedativos.
Nas além de importar insumos médicos, durante a primeira onda da pandemia do coronavírus, o Mossad e o Ministério da Defesa trabalharam para diminuir a dependência de Israel de produtos vindos do exterior. Com a ajuda destes órgãos, foi montada na cidade de Sderot por exemplo, a primeira linha de produção de máscaras KN95 do país. Além disso, respiradores também estão sendo fabricados por companhias locais e a previsão é que até o fim deste mês, 3.500 destes aparelhos, sejam fabricados em Israel.
Desta forma, através de uma enorme e complexa operação, o Mossad ajudou a preparar Israel para a batalha contra a covid-19 e colocou o país, na lista de melhores lugares para se viver durante a pandemia do coronavírus.