“Nenhum país preocupado com a segurança de seus cidadãos judeus deveria participar do evento em comemoração à conferência de Durban”, disse o Embaixador de Israel nas Nações Unidas.
Por David Aghiarian, Unidos com Israel
Tel Aviv, 22/09/2021
Israel registrou uma vitória no cenário internacional nesta quarta-feira (22) quando 32 nações, entre elas 6 membros do G7 e grande parte das democracias ocidentais, se uniram para boicotar a Conferência Durban IV das Nações Unidas.
Realizada na sede da ONU em Nova Iorque, o evento celebrou o aniversário de 20 anos da Conferência de Durban, um marco do antissemitismo e da política anti-Israel que norteia grande parte da comunidade internacional. Agenda essa, manifestada em diversas oportunidades pela própria ONU, seu Conselho de Direitos Humanos e outros órgãos internacionais como o Tribunal Pena de Haia.
Entre os países que decidiram responder ao apelo de Israel e boicotar a conferência Durban IV das Nações Unidas estão: Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, França, Alemanha, Austrália, Itália, Holanda, Nova Zelândia, Hungria, Polônia, Ucrânia, República Checa, Croácia, Chipre, Grécia, Romênia, Honduras, Uruguai e mais.
Através de um post nas redes sociais, o Ministro das Relações Exteriores de Israel, Yair Lapid, comemorou o boicote ao evento das Nações Unidas.
“Depois de um esforço diplomático intenso e bem-sucedido, mais de 30 países irão boicotar a conferência antissemita Durban IV”, escreveu Yair Lapid.
Diretor-Geral do Ministério das Relações Exteriores de Israel, Alon Ushpiz registrou através de um tweet que o auditório da Assembleia Geral das Nações Unidas ficou vazio nesta terça-feira.
“O auditório da Assembleia Geral das Nações Unidas está vazio e por um bom motivo. Homens e mulheres honrados não dignificarão este evento antissemita com sua presença”, tuitou Ushpiz.
Outro que comemorou o boicote à conferência Durban IV foi Gilad Erdan, Embaixador de Israel nas Nações Unidas. Segundo ele, “nenhum país preocupado com a segurança de seus cidadãos judeus deveria participar do evento em comemoração à conferência de Durban”.
A Conferência de Durban
A primeira conferência de Durban, realizada na África do Sul entre 31 de agosto e 8 de setembro de 2001, dias antes dos ataques terroristas de 11 de setembro às Torres Gêmeas em Nova Iorque, transformou-se em um marco do antissemitismo.
Naquele ano, em meio à conferência, convocada sob a bandeira da luta contra o racismo, os Estados Unidos e Israel deixaram o encontro em protestos contra o tom das reuniões, que contou até com condenações ao sionismo no texto final da Declaração de Durban. Declaração esta, que ignora todos os conflitos do mundo, menciona apenas a disputa árabe-israelense e exige a criação do Estado da Palestina. Isto, depois de o texto haver sido atenuado pelo ultimato de diversos países europeus que ameaçaram deixar a conferência.
A Conferência de Durban foi ainda marcada por diversas demonstrações antissemitas realizadas por ONGs internacionais que demonizam o Estado de Israel e o povo judeu. Cópias do texto antissemita Protocolos dos Sábios de Sião foram distribuídas e caricaturas de judeus com garras e narizes tortos puderam ser vistas em manifestações.
Em outra Conferência de Durban, desta vez em 2009, o então Presidente do Irã, Mahmoud Ahmedinejad, fez um famoso discurso antissemita aos presentes. Nele, Ahmedinejad negou o Holocausto e disse que este era apenas um pretexto usado por Israel para oprimir os palestinos.
Na semana passada, em um evento intitulado “Lute contra o racismo, não contra os judeus: a ONU e a armadilha de Durban”, realizado no Touro College nos Estados Unidos, o Embaixador de Israel Gilad Erdan comparou a conferência de Durban ao documentário nazista “O Eterno Judeu”.
“Como neto de sobreviventes de Auschwitz eu não gosto de fazer comparações com o Holocausto. Eu não direi que a Conferência de Durban se parece com a Noite dos Cristas ou com às futuras atrocidades do nazismo. Mas, ela me lembra um evento menos conhecido da história nazista. Em novembro de 1937, Josef Goebbles abriu a exposição antissemita “Der Ewige Jude”, “O Eterno Judeu”, na livraria Museu de Munique”, disse Gilad Erdan.
“Esta exposição”, continuou Erdan, “à época, transmitiu mensagens antissemitas de maneira sofisticada, culpando os judeus pela disseminação do comunismo e corrupção dos valores iranianos. Vista por mais de 400 mil pessoas, a exposição ajudou a transmitir a mensagem de que o ódio contra os judeus não era apenas aceitável, mas algo que toda pessoa em sã consciência deveria adotar”, disse o embaixador israelense.
“De certa forma a conferência de Durban foi a exposição “Der Ewige Jude” do antissemitismo moderno”, concluiu o Embaixador de Israel nas Nações Unidas.
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