UNIDOS COM ISRAEL

Em votação preliminar, parlamento de Israel aprova a sua própria dissolução

Netanyahu e Gantz, lado a lado durante a votação da Lei de Dissolução do Knesset (Caption/Youtube)

Disputa entre os partidos de Benjamin Netanyahu e Benny Gantz pode levar à dissolução do Knesset, o parlamento do Estado de Israel.


Por David Aghiarian, Unidos com Israel

Tel Aviv, 02/12/2020

 

Não demorou muito para que a rivalidade entre o Primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, líder do partido Likud, e Benny Gantz, Ministro da Defesa e líder do partido Azul e Branco, trouxesse a crise política de volta ao Estado de Israel. Quase 7 meses após o início do “governo de emergência e união nacional”, o parlamento israelense votou, na manhã desta quarta-feira (2) pela sua própria dissolução.

Tudo parecia ir razoavelmente bem, aos trancos e barranco claro. Netanyahu ocuparia o cargo de Primeiro-ministro pelo período de um ano e meio e depois daria lugar ao seu adversário, Benny Gantz. Isto, de acordo com os termos do acordo de coalizão firmado entre o Likud e o Kachol Lavan, partido Azul e Branco em português. Mas após meses de desconfiança e desavenças entre os integrantes de ambos os partidos, uma disputa sobre o orçamento governamental ameaça levar os israelenses de volta às urnas.

Enquanto o Kachol Lavan quer que seja votado um orçamento bienal, 2020-2021, o Likud defende com unhas e dentes a aprovação imediata apenas do orçamento deste ano.

Diante desta disputa, aparentemente técnica, mas que esconde o cumprimento do acordo de coalizão como explicarei a seguir, o líder da oposição e do partido Yesh Atid, Yair Lapid, protocolou o projeto de Lei de Dissolução do Knesset. Ontem, esta manobra política ganhou o apoio de dois dos partidos que compõe o governo de coalizão israelense, o Kachol Lavan e o Partido dos Trabalhadores (Avodá). Votado hoje preliminarmente, o projeto foi aprovado pela maioria dos membros do Knesset, 61 contra 54.

 

O ultimato de Gantz e a carta na manga de Netanyahu

 

Em meio à disputa pela aprovação de um orçamento bienal, Benny Gantz reuniu a imprensa nesta terça-feira (1) e anunciou que ele e os membros de seu partido se uniriam a oposição e votariam pela dissolução do parlamento israelense. Isto, se Netanyahu não assegurasse a aprovação do orçamento de 2020-2021.

“A decisão é sua. Apresente o orçamento para ser ratificado pelo governo e garante sua aprovação e a união”, disse Gantz em uma mensagem direta para Benjamin Netanyahu.

Mas aparentemente, o Primeiro-ministro israelense não tem interesse de que um orçamento bienal seja aprovado. Isto, em função dos termos do acordo de coalizão firmado entre os partidos Likud e Kachol Lavan.

Segundo o acordo de coalizão assinado por Benjamin Netanyahu e Benny Gantz, a alternância do cargo de Primeiro-ministro deve acontecer um ano e meio após o início do “governo de emergência e união nacional” ou no caso de dissolução do governo. Diante de uma ruptura, Netanyahu deverá renunciar ao cargo de Primeiro-ministro e cedê-lo a Gantz pelo menos até que novas eleições sejam realizadas. Neste cenário, o líder do partido Azul e Branco ocuparia interinamente o cardo de premier israelense.

Mas esta cláusula, que garante a alternância de poder, tem uma única exceção. Se a dissolução do parlamento for causada por disputas acerca do orçamento governamental, Benjamin Netanyahu continuaria no cargo de Primeiro-ministro, pelo menos de forma interina, até que novas eleições fossem realizadas.

Em um governo assombrado por ameaças de ruptura e pelas acusações de corrupção pelas quais reponde o atual premier israelense, por supostos crimes cometidos em mandatos anteriores, Netanyahu não quer abrir mão de sua carta na manga. Sem pressa para votar o orçamento de 2021 ele garante a sua posição até pelo menos abril de 2021, data limite para a aprovação do orçamento do ano que vem. Sem isso, ele estaria vulnerável as ameaças de ruptura sempre presentes durante estes 7 meses de governo.

Em meio à pandemia e a crise econômica, Netanyahu e Gantz dizem constantemente que não querem levar os israelenses de volta às urnas, mas isso parece inevitável. Sem um acordo, o atual governo só se manterá vivo pelo período em que durar o processo de aprovação da Lei de Dissolução do Knesset, que precisa ser debatida e votada outras duas vezes.

Do You Love Israel? Make a Donation - Show Your Support!

Donate to vital charities that help protect Israeli citizens and inspire millions around the world to support Israel too!

Now more than ever, Israel needs your help to fight and win the war -- including on the battlefield of public opinion.

Antisemitism, anti-Israel bias and boycotts are out of control. Israel's enemies are inciting terror and violence against innocent Israelis and Jews around the world. Help us fight back!

STAND WTH ISRAEL - MAKE A DONATION TODAY!

Exit mobile version