Prédio da Embaixada de Israel na Cidade de México foi vandalizado por manifestantes que exigem a extradição de Tomás Zerón de Lucio, ex-Diretor da Agência de Investigação Criminal do México.


Por David Aghiarian, Unidos com Israel

Jerusalém, 22/09/2022

 

A Embaixada de Israel no México foi atacada nesta quarta-feira (21) por centenas de manifestantes que vandalizaram a fachada do prédio e destruíram câmeras de segurança posicionadas no local. Com suas faces cobertas por camisetas os manifestantes picharam palavras de ordem nos muros da embaixada e frases como: “Morte a Israel” e “Palestina Livre”. As imagens de foices e martelos também foram pichadas em vermelho.

A manifestação desta quarta-feira na cidade do México foi organizada para exigir a extradição do ex-Diretor da Agência de Investigação Criminal da Procuradoria Geral do México, Tomás Zerón de Lucio. Ele é acusado de obstrução de justiça, corrupção, tortura e envolvimento no desaparecimento de 43 estudantes mexicanos na cidade de Iguala em 2014.

Tomás Zerón de Lúcio está em Israel há quase três anos após chegar ao país vindo do Canadá. Sua extradição foi requisitada pelo governo mexicano a Jerusalém e está sendo estudada pela Procuradoria Geral de Israel. Isto, apesar de Israel e o México não possuírem um acordo bilateral de extradição.

Em agosto deste ano o deputado mexicano Marcelo Ebrard Causaubón, Presidente da Secretaria de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados do México, disse que seu país havia entregado todos os documentos exigidos e que o caso estava sendo tratado com seriedade pelas autoridades israelenses.

“Estamos otimistas, já entregamos tudo. Tenho que dizer que temos recebido muita atenção a este tema por parte de Israel e sua procuradoria. Eles estão nos ajudando”, disse Ebrard.

Embaixador de Israel no México, Zvi Tal, disse que continua acreditando na cooperação com o governo mexicano apesar do ataque desta quarta-feira à embaixada, que não foi impedido pela polícia local.

“Compartilhamos da dor dos familiares dos estudantes de Ayotzinapa e respeitamos o compromisso das mais altas autoridades mexicanas em trazer luz para a verdade sobre este caso. Porém, Israel como um Estado de Direito, deve implementar suas obrigações jurídicas internacionais enquanto examina o requerimento feito pelo México”, afirmou o embaixador.

Zvi Tal disse ainda que claramente as mensagens de “Morte a Israel” pichadas no muro na embaixada israelense nada tem a ver com o caso Tomás Zerón.

 

 

O Ministério das Relações Exteriores de Israel, disse que convocará o Embaixador do México para dar explicações.

“Nós vemos o incidente com seriedade. Esperamos que o governo mexicano cumpra suas obrigações internacionais”, disse o Subdiretor de Diplomacia Pública, Emmanuel Nachshon.

A obrigação de proteção a missões diplomáticas é uma regra internacional disposta na Convenção de Viena.