Explosão em usina atrasa programa nuclear iraniano em 9 meses

Explosão pode ter afetado a capacidade do Irã de pressionar a comunidade internacional e os Estados Unidos pela retirada das sanções impostas pelo ex-presidente Donald Trump.

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Por David Aghiarian, Unidos com Israel

Tel Aviv, 12/04/2020

 

Uma enorme explosão destruiu neste domingo (10), o sistema de abastecimento de energia elétrica da usina de Natanz, principal instalação nuclear iraniana. Segundo diversos veículos de mídia, a explosão interrompeu o funcionamento das centrifugas responsáveis pelo enriquecimento de urânio, material usado na fabricação de armas atômicas.

A explosão deste domingo aconteceu no momento em que ocorrem em Viena, negociações indiretas entre os Estados Unidos e o Irã. Mediadas pelos países que compõe a JCPOA, as negociações têm o objetivo de tentam salvar o desgastado acordo nuclear arquitetado pelo  ex-presidente americano Barack Obama.

Israel se opõe veementemente ao acordo por julgar que o Irã mentiu para a comunidade internacional e nunca cumpriu com sua palavra, mesmo após a remoção, por determinação de Obama, das sanções impostas ao país. Jerusalém defende ainda que o acordo não é capaz de impedir o desenvolvimento do programa nuclear bélico iraniano e o Primeiro-ministro Benjamin Netanyahu já o classificou diversas vezes como um “erro”.

 

Sabotagem israelense

 

Um artigo publicado neste domingo pelo jornal New York Times liga o Mossad a explosão que destruiu a rede de energia elétrica da usina nuclear de Natanz.  Publicado no mesmo dia em que o novo Secretário da Defesa dos Estados Unidos, Lloyd J. Austin, chegou a Israel para sua primeira visita oficial, o artigo cita fontes anônimas dos serviços de inteligência israelense e americano e diz que a explosão pode ter sido uma “sabotagem israelense”.

Ainda de acordo com o New York Times, os estragos causados pela explosão na usina de Natanz podem ter atrasado o programa nuclear iraniano em 9 meses, o que afeta a capacidade do regime dos Aiatolás de pressionar a comunidade internacional. Sem a iminência de uma Irã com capacidade nuclear dentro de alguns meses, há a possibilidade de que um acordo melhor seja atingido.

Teerã também acusa Israel de estar por trás da explosão, que foi classificada pelas autoridades iranianas como um “ato terrorista”.

Jerusalém não confirmou ou negou estar por trás do ataque deste domingo, mas veículos de mídia israelenses falam abertamente na participação do Mossad. Um ataque cibernético à rede de energia elétrica teria sido o fator responsável por causa a explosão e o incêndio que a seguiu.