Sarah Halimi (Cortesia da Confédération des Juifs de France et des amis d'Israël) Sarah Halimi (Cortesia da Confédération des Juifs de France et des amis d'Israël)

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Aos gritos de “Allahu Akbar” e “Matei o Satanás”, Kboli Troaré assassinou sua vizinha, a médica judia Sarah Halimi em abril de 2017.


Por David Aghiarian, Unidos com Israel

Tel Aviv, 19/04/2020

 

No dia 4 de abril de 2017 o jovem muçulmano Kobili Troaré, à época com 27 anos, chocou a França e o mundo ao assassinar sua vizinha, a médica judia ortodoxa e mãe de três filhos, Sarah Halimi. Aos 65 anos de idade, Sarah foi espancada por 20 minutos enquanto seu agressor gritava “Allahu Akbar”. Em seguida, seu corpo foi arremessado à rua por uma janela do terceiro andar.

Agora, 4 anos após este terrível atentado contra a vida de uma judia francesa, foi a vez de o sistema judiciário da França chocar o mundo ao colocar-se ao lado da impunidade e por que não, da crescente onda de antissemitismo.

No último dia 4 deste mês, em uma decisão inquietante, a Suprema Corte de Apelações da França manteve uma sentença do tribunal inferior e considerou que Kobili Troaré, o assassino de Sarah, não pagará por seus atos. O motivo? Ele havia consumido uma grande quantidade de maconha antes de cometer o crime e por isso, sua consciência e discernimento estavam afetados. Assim, ele não pode ser julgado pelo que fez.

“Uma pessoa não é criminalmente responsável se estiver sofrendo, no momento do evento, de distúrbio psíquico ou neuropsíquico que tenha eliminado seu discernimento e controle”, escreveram os magistrados em sua decisão que interpretou a legislação penal francesa.

Vale lembrar que o uso de maconha na França é proibido e usuários do entorpecente estão sujeitos a uma pena de até um ano de prisão ou multa de 3.750 euros.

Mas esta lei não vale para o assassinato de judeus.

Isso mesmo, na França de hoje, para se assassinar um judeu ou uma judia e gozar de impunidade, basta usar drogas.