“Não posso recomendar aos judeus que usem o Kipá em todos os lugares da Alemanhã e o tempo todo”, advertiu Felix Klein, comissário do antissemitismo no país.
David Aghiarian, Unidos com Israel
Félix Klein, o principal funcionário do governo alemão responsável pela luta contra o antissemitismo, disse no último sábado que “não recomenda aos judeus que vivem na Alemanhã, que usem a Kipá em algumas partes do país”. No judaísmo, a Kipá é um dos itens mais emblemáticos do vestuário masculino e representa o respeito e temor a Deus.
Em entrevista ao jornal “Die Welt”, o Ministro da Relações Exteriores da Alemanhã, Heiko Mass, disse que um dos motivos é a imigração de muitos muçulmanos para o país. “Muitas pessoas que vieram para cá já tinham, desde cedo, introjetado clichês antissemitas” afirmou o Ministro.
Felix Klein foi citado em uma entrevista ao jornal Funke, publicada no sábado, dizendo que “minha opinião sobre o assunto mudou infelizmente em comparação ao que costumava ser”.
A advertência veio depois do aumento de casos de ataques contra judeus na Alemanha. Em 2017 foram 1.504 ataques e 2018 esse número teve um crescimento de 10%, chegando a 1.648 casos de antissemitismo.
No ano passado, dois homens vestindo Kipot foram brutalmente atacados nas ruas de Berlim por um imigrante sírio que gritava “Yahud”, judeu em árabe. Em resposta ao ataque, os alemães se uniram para apoiar a comunidade judaica, e vestiram kipot como um símbolo de solidariedade.
Após o ataque, o Presidente da comunidade judaica da Alemanha, Josef Schuster, já havia recomendado aos judeus que não usassem kipá quando circulassem pelas ruas das grandes cidades do país.