Todos os comandos do Exército de Israel, além da marinha, aeronáutica e órgãos governamentais participam do exercício militar “Carruagens de Fogo”, que simula um mês de guerra em diversas frentes.
Por Unidos com Israel
Tel Aviv, 18/05/2022
As Forças de Defesa de Israel, IDF na sigla em inglês, realizam durante o mês de maio deste ano o maior exercício militar de sua história. Apelidado de “Carruagens de Fogo”, em alusão a passagem bíblica que relata a subida aos céus do profeta Eliahu, o exercício encena um longo período de guerra por terra, mar, ar e cibernética.
De acordo com o Porta-voz do IDF o exercício “Carruagens de Fogo” visa “aperfeiçoar a prontidão das forças de segurança israelenses e sua adaptação a um período prolongado de guerra”.
Ainda de acordo com o Porta-voz do IDF participam do exercício “Carruagens de Fogo” todo o exército, marinha, aeronáutica, Defesa Civil e demais órgãos de segurança. Isto, além do Gabinete do Primeiro-ministro de Israel, Ministério das Relações Exteriores, e mais.
Além dos militares da ativa, muitos reservistas foram convocados para participar das manobras. Assim, o IDF garante a prontidão de todos aqueles capazes de defender o país em um cenário de conflito.
“O exercício compreende o enfrentamento de desafios e adversidades extraordinárias que venham a acontecer em todas as frentes de batalha. Isto, junto a simulação da rápida transição de um cenário de rotina para aquele de emergência, no âmbito militar e civil”, disse em nota o Porta-voz das Forças de Defesa de Israel.
Reação a um possível levante palestino dentro do território israelense
Um dos cenários simulados pelas forças de segurança israelense remete a episódios transcorridos durante a operação “Guardião das Muralhas”, conflito travado entre Israel e o Hamas durante o mês de maio de 2021.
Naquela ocasião, em diversas cidades árabes israelenses, como Yaffo, Akko e Lod, cidadãos muçulmanos extremistas alinharam aos grupos terroristas palestinos e produziram um violento levante contra a sociedade civil israelense. Isto provocou a reação de diversos grupos judaicos, principalmente de extrema direita, e por todos os lados cidadãos foram às ruas para se defender.
Os conflitos entre árabes e judeus em diversas cidades de Israel durante a operação “Guardião das Muralhas” sugeriu que o país estava à beira da anarquia e que batia à porta, uma verdadeira guerra civil.
Este cenário, nunca visto, assustou e muito todas as esferas da sociedade israelense e colocou governantes e os serviços de segurança em alerta.
“As lições aprendidas com a operação ‘Guardião das Muralhas’ serão colocadas em prática”, diz um comunicado do IDF.
Para não serem surpreendidas, as forças de segurança israelenses, entre elas a polícia e os serviços de inteligência, preparam-se para um cenário de caos durante o próximo conflito de grandes proporções com o Hamas ao sul ou o Hezbollah ao norte. Caos este, que reinaria dentro do território israelense, em cidades onde vivem lado a lado muçulmanos e judeus.
O objetivo das forças de segurança israelenses é chegar aos provocadores o quanto antes, de ambos os lados, reforçar a segurança extensiva para garantir a capacidade de resposta a enfrentamentos e garantir a paz e a ordem.
Ataque ao Irã com a participação dos Estados Unidos
O ponto alto do exercício “Carruagens de Fogo” talvez seja a simulação de um bombardeio israelense contra alvos militares inimigos localizados a uma longa distância das fronteiras de Israel. Ou seja, diante do impasse nas negociações entre o Irã e os Estados Unidos acerca do programa nuclear de Teerã as Forças de Defesa de Israel preparam-se para a possibilidade de um ataque às usinas atômicas do regime dos aiatolás.
As manobras que simulam um possível ataque de Israel ao Irã acontecerão sobre o Mar Mediterrâneo e contarão com a participação de aviões tanque do Estados Unidos, que ficariam responsáveis pelo reabastecimento em pleno ar dos caças israelenses.
Esta semana, antes de embarcar para Washington onde se encontrará com o Secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, o Ministro da Defesa de Israel, Benny Gantz, falou sobre o andamento do programa nuclear iraniano. Segundo ele, Teerã estaria a semanas de acumular uranio suficiente para uma bomba atômica.
Gantz disse também que o regime iraniano está instalando 1.000 novas e avançadas centrífugas na usina nuclear subterrânea de Natanz, a qual Teerã impede o acesso de agentes internacionais reguladores.
Em Washington o Ministro da Defesa de Israel irá se reunir ainda com o Conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Jake Sullivan, e com o Secretário de Estado Antony Blinken.