Controversa medida foi aprovada pelo Conselho de Constituição e Justiça do Knesset e entra em vigor a partir desta noite.
Por David Aghiarian, Unidos com Israel
Tel Aviv, 25/01/2021
Acreditando que a variante britânica do coronavírus seja responsável por pelo menos 40% dos novos casos de covid-19 e tentando frear a proliferação das variantes sul-africana e brasileira, o governo israelense adotou medida que praticamente fechará o aeroporto internacional Ben Gurion.
Controversa, a resolução aprovada pelo governo de Benjamin Netanyahu restringe o direito de ir e vir dos cidadãos israelenses e tolhe um pouco mais de sua liberdade ao proibir que estes deixem ou cheguem ao país. Anunciado ontem, o fechamento do espaço aéreo israelense entrará em vigor às 0h desta terça-feira (26) e será mantido por pelo menos 6 dias, até 31 de janeiro, data em que à princípio, chega ao fim o lockdown.
Para voar durante este sombrio período da história, os israelenses terão de submeter um requerimento ao Ministério da Saúde de Israel. Será permitido deixar o país apenas em casos de doença, perda de um ente querido, para lidar com questões ligadas a processos jurídicos no exterior ou por razões humanitárias. Diante deste cenário, difícil será deixar ou chegar ao país em um momento em que as cias. aéreas optarão por cancelar os voos.
Na manhã desta segunda-feira (25), esta medida foi aprovada pelo Conselho de Constituição e Justiça do Knesset, o Parlamento do Estado de Israel.
Questionada pelos parlamentares, a representante do Ministério da Saúde de Israel, Dra. Sharon Alroy-Preis, Diretora do Serviço de Saúde Pública, disse que esta medida pode precisar ser estendida.
“Nós temos de nos assegurar que outras variantes não entrem. Nós estamos fazendo o possível para impedir a proliferação da cepa sul-africana do coronavírus, que pode vir a ser mais severa do que outras variantes”, disse ela.
Ao defender a medida que fechará o aeroporto internacional Ben Gurion pela primeira vez na história do Estado de Israel, além do feriado judaico anual de Yom Kipur, a médica disse que o governo tenta ganhar tempo na luta contra o coronavírus.
“Nós temos que ganhar tempo para que a campanha de vacinação progrida e mais israelenses possam ser vacinados. Seis dias podem não ser suficientes”, disse ela.
Segundo dados do Ministério da Saúde de Israel divulgado hoje de manhã, quase 2.6 milhões de israelenses já foram vacinados com a primeira dose da vacina contra o coronavírus desenvolvida pelas empresas Pfizer e BioNTech. Entre eles, 1.1 milhão de israelenses já receberam também a segunda dose do medicamento.