Todos os anos, no dia 7 de Adar, Dalia Mizrahi visita o “Túmulo dos Soldados Desconhecidos” no Memorial Har Hertzl em Jerusalém. Há anos, seu pai, um soldado do IDF, saiu em uma missão secreta e nunca mais retornou. “Não temos nem um túmulo para sentarmos ao lado”.
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Dia 7 de Adar. Este é o dia do calendário judaico em que, segundo a Bíblia, faleceu Moisés. Ele, um dos personagens mais famosos da história, após guiar o povo judeu por 40 anos, desde a escravidão no Egito até a fronteira com a Terra de Israel, foi sepultado em um local desconhecido.
O dia da morte de Moisés, um dos heróis da história do povo judeu sepultado em um lugar desconhecido, foi escolhido pelo Exército de Defesa de Israel (IDF) para homenagear seus “soldados desconhecidos”. Por isso em Israel, todos os anos, o dia 7 do mês judaico de Adar, é marcado por homenagens a todos os soldados do IDF que caíram e seus restos mortais desapareceram.
Este ano, o dia 7 de Adar coincidiu com o dia 3 de março. Por isso, ontem, uma cerimônia no Cemitério Militar Har Hertzel em Jerusalém, homenageou os 173 soldados caídos do IDF que seus restos mortais ainda não foram encontrados. Ainda, porque até hoje, existe no IDF uma unidade que tenta encontrar os restos mortais destes heróis israelenses que deram a vida pelo seu país e seu povo. Apenas no ano passado por exemplo, 37 anos após sua morte, os restos mortais do Sargento Zecharia Baumel foram encontrados na Síria, resgatados, trazidos para Israel e sepultados com honras.
“Por ironia do destino, além da imensa dor da perda de um ente querido, nós carregamos um dor adicional, a mais terrível de todas, a dor da dúvida. Dor pelo desconhecido”, disse Reuven Rivlin, Presidente do Estado de Israel durante a cerimônia desta terça-feira em Jerusalém.
“Eu sei”, continuou ele falando aos parentes dos soldados desconhecidos do IDF, “que desde o dia que vocês receberam a amarga notícia de que seus familiares haviam caído em batalha, sua consciência não teve repouso. Sabendo disso, eu estou aqui para reafirmar, do fundo do meu coração, que o Estado de Israel fará o possível para trazer para casa e dar um lugar de descanso a todos aqueles soldados que caíram em combate e o local de seu sepultamento é desconhecido”.
“Esta é uma obrigação ética. Se preferirem, este é o código de ética sionista”, disse ainda o Presidente do Estado de Israel. “Não desistiremos desta missão sagrada de trazer os soldados do IDF para casa”, concluiu ele.