“Unir famílias é um mérito enorme” disse a Ministra da Imigração e Absorção de Israel, Pnina Tamano-Shata, também de origem etíope.
Por David Aghiarian, Unidos com Israel
Tel Aviv, 08/10/2020
O Primeiro-ministro Benjamin Netanyahu informou que Israel está pronto para resgatar imediatamente, 2.000 judeus falashas que ainda vivem na Etiópia. O projeto, será concluído e finalmente aprovado durante a reunião ministerial do governo israelense que deverá acontecer nesta segunda-feira (10). Aproximadamente 14.000 falashas ainda vivem na Etiópia e esperam a oportunidade de imigrar para o Estado de Israel.
Para este fim, o governo de Netanyahu aprovou há aproximadamente um mês, uma verba de 370 milhões de shekels. Este orçamente, além de compreender os custos logísticos dos voos e da operação propriamente dita, contabiliza também os gastos públicos ligados a absorção destes novos imigrantes na sociedade israelense. Como “Olim Chadashim”, ou novos imigrantes de origem judaica, os judeus que chegam a Israel vindos da Etiópia têm, entre outros benefícios, direito a aulas de hebraico, auxílio moradia, planos de saúde e até a uma bolsa paga mensalmente pelo Estado. Tudo isso, pelo período de até um ano.
De acordo com o último censo apresentado em dezembro de 2019 pela Central de Estatísticas de Israel, a comunidade de judeus etíopes hoje no país conta com mais de 150.000 pessoas.
Desde os anos 80, governos israelenses adotam medidas para repatriar os judeus da Etiópia. As operações mais famosas são a Operação Salomão, da força aérea israelense que em menos de 24 horas trouxe para Israel 14.300 judeus etíopes e a Operação Moisés. Esta segunda operação do serviço secreto israelense resgatou e repatriou 14.000 judeus etíopes. Refugiados no Sudão devido a guerra civil na Etiópia estes judeus foram trazidos para a terra de Israel através de um resort de fachada mantido pelo Mossad no Sudão. A Operação Moisés inspirou o filme “Missão no Mar Vermelho” que pode ser visto no Netflix.
Pelo Twitter, Benjamin Netanyahu disse que conversou com o Primeiro-Ministro da Etiópia, Abiy Ahmed, sobre o plano de trazer para Israel, “imediatamente, 2.000 judeus que vivem nas cidades de Adis Ababa e Gondar”. Isto, segundo Netanyahu, como parte da promessa de “dar continuidade ao retorno do povo judeu a Israel”.
A comunidade Beta Israel da Etiópia
Até serem descobertos por um grupo de missionários no ano de 1860, os Falashas, chamados também de Beta Israel, acreditavam que eram os últimos judeus do mundo. Alguns anos depois, o historiador judeu Joseph Halevi decidiu procurar os judeus negros da etiópia. Halevy foi recebido com desconfiança por aqueles que nunca haviam visto um judeu branco.
Além da teoria de que eles sejam descendentes do Rei Salomão e da Rainha de Sabá é possível também que o judeus da Etiópia tenham fugido para o país africano após a destruição do Segundo Templo de Jerusalém.
Por séculos isolados do resto do mundo e sem contato algum com o judaísmo praticado na Europa e em países árabes, os Falashas tinham seus próprios costumes e tradições. Quando foram encontrados eles guardavam o shabat e praticavam uma versão ainda bíblica e intocada do judaísmo.