Governo israelense aprovou projeto que irá resgatar 398 Falashas, judeus etíopes, que ainda vivem no país africano.
David Aghiarian, Unidos com Israel
Por determinação do governo israelense, 398 Falashas serão trazidos da Etiópia para Israel até o fim deste ano. Os Falashas são um grupo de judeus etíopes que durante anos mantiveram sua fé e costumes apesar da fome, da seca e da guerra civil que devastou o país africano. Acredita-se que eles sejam uma das 10 tribos perdidas do povo judeu e seus ancestrais seriam o Rei Salomão e a Rainha de Sabá.
A decisão aprovada pelo governo israelense é uma iniciativa do Primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e do Ministro da Imigração e Absorção, Yoav Galant. Este é o lugar de ressaltar que o Procurador Geral de Israel, Avichay Mandelblitt, se opôs a decisão. Em seu parecer, Mandelblitt, considerou-a imprópria por julgar que ela tenha sido motivada pelas eleições para o parlamento israelense que acontecerão em pouco menos de um mês.
Apesar do parecer jurídico desfavorável, os ministros que compõe o governo israelense aprovaram a medida proposta por Benjamin Netanyahu e determinaram que os 398 judeus da Etiópia sejam trazidos para Israel “o mais rápido possível. No mais tardar, até o final de 2020”.
De acordo com o último censo apresentado em dezembro de 2019 pela Central de Estatísticas de Israel, a comunidade de judeus etíopes hoje no país conta com mais de 150.000 pessoas.
Desde os anos 80, governos israelenses adotam medidas para repatriar os judeus da Etiópia. As operações mais famosas são a Operação Salomão, da força aérea israelense que em menos de 24 horas trouxe para Israel 14.300 judeus etíopes e a Operação Moisés. Esta segunda operação do serviço secreto israelense resgatou e repatriou 14.000 judeus etíopes. Refugiados no Sudão devido a guerra civil na Etiópia estes judeus foram trazidos para a terra de Israel através de um resort de fachada mantido pelo Mossad no Sudão. A Operação Moisés inspirou o filme “Missão no Mar Vermelho” que pode ser visto no Netflix.
A comunidade Beta Israel da Etiópia
Até serem descobertos por um grupo de missionários no ano de 1860, os Falashas, chamados também de Beta Israel, acreditavam que eram os últimos judeus do mundo. Alguns anos depois, o historiador judeu Joseph Halevi decidiu procurar os judeus negros da etiópia. Halevy foi recebido com desconfiança por aqueles que nunca haviam visto um judeu branco.
Além da teoria de que eles sejam descendentes do Rei Salomão e da Rainha de Sabá é possível também que o judeus da Etiópia tenham fugido para o país africano após a destruição do Segundo Templo de Jerusalém.
Por séculos isolados do resto do mundo e sem contato algum com o judaísmo praticado na Europa e em países árabes, os Falashas tinham seus próprios costumes e tradições. Quando foram encontrados eles guardavam o shabat e praticavam uma versão ainda bíblica e intocada do judaísmo.