O Ministério das Relações Exteriores de Israel vinha implorando há semanas para que os cidadãos israelenses deixassem a Ucrânia.


Por David Aghiarian

Tel Aviv, 25/02/2022

 

Com o início da guerra entre Moscou e Kiev, após a invasão da Ucrânia pela Rússia, o Ministério das Relações Exteriores de Israel imediatamente colocou em prática um plano que estava sendo arquitetado há semanas e prevê a evacuação do maior número possível de cidadãos israelenses do território ucraniano.

O Ministério das Relações Exteriores de Israel vem emitindo alertas de viagem há semanas, pedindo que todos os cidadãos israelenses deixassem a Ucrânia o quanto antes.

Sob a iminência de uma guerra, Jerusalém evacuou as famílias de todos os seus diplomatas em território ucraniano já no dia 13 deste mês e há três dias, fechou temporariamente a embaixada em Kiev transferindo suas atividades para o consulado na cidade de Lviv, no oeste do país.

Por prever o cancelamento de voos e o fechamento do espaço aéreo ucraniano o plano de evacuação arquitetado pela equipe de resposta à crise da chancelaria em Jerusalém prevê a evacuação dos cidadãos israelenses que ainda se encontram na Ucrânia por vias terrestres. Para isto, foram enviados diplomatas às fronteiras com a Moldávia, Romênia, Polônia e Hungria.

Desde as primeiras horas da manhã desta quinta-feira Israel vem pedindo aos seus cidadãos na Ucrânia que se dirijam para uma destas fronteiras. Lá, os diplomatas israelenses trabalham junto as autoridades locais para facilitar o processo de deslocação, do território ucraniano para aquele de um dos países mencionados.

A chancelaria em Jerusalém montou ainda uma equipe responsável por atender os cidadãos israelenses, responder a perguntas e instrução sobre como proceder. Além disso, o corpo diplomático israelense na Ucrânia foi reforçado para atender a demanda e procura por auxílio, tanto de israelenses como de membros da comunidade judaica local.

A Agência Judaica para Israel e a Sociedade Internacional de Cristãos e Judeus também estabeleceram canais para atender aos israelenses e judeus que se viram presos na ucrânia pelo fechamento do espaço aéreo do país.

“Nosso objetivo é chegar a todos os indivíduos necessitados da comunidade judaica, fornecer comida, abrigo e qualquer outra forma de assistência. Incluindo, a possibilidade de imigrar para Israel a qualquer momento”, explicou Yael Eckstein, Presidente da Sociedade Internacional de Cristãos e Judeus.

Por toda a Ucrânia, sinagogas estão sendo transformadas em abrigos que atendem não só aos membros da comunidade judaica como a todos os cidadãos ucranianos em busca de asilo.