Preso em 1985 pelas autoridades dos Estados Unidos por contribuir com a inteligência do Estado de Israel, Jonathan Pollard pousou em Tel Aviv e foi recebido pelo premier Benjamin Netanyahu.
Por David Aghiarian, Unidos com Israel
Tel Aviv, 30/12/20
O espião judeu norte-americano Jonathan Pollard chegou a Tel Aviv na madrugada desta terça-feira (29) colocando fim a uma saga que durou 35 anos. Natural do Texas e trabalhando para o serviço de inteligência da marinha dos Estados Unidos, Pollard foi preso em 1985 e condenado à prisão perpétua dois anos depois, por espionar para o Estado de Israel. Como agente duplo, o espião teve acesso a milhares de documentos sobre o serviço de inteligência e defesa dos Estados Unidos e os repassou para o serviço secreto israelense.
Em novembro de 2015, 30 anos após ser preso e graças a uma intensa campanha pela sua libertação, Jonathan Pollard foi solto e deixou o Centro de Detenção Federal de Butner, na Carolina do Norte. Em liberdade condicional graças a uma decisão do então presidente Barack Obama de não se opor à sua libertação, Pollard foi proibido de deixar os Estados Unidos e obrigado a usar uma algema eletrônica.
As restrições impostas a Jonathan Pollard foram suspensas em novembro deste ano, exatamente 5 anos após sua soltura, quando o Ministério da Justiça dos Estados Unidos decidiu não prorrogar o período de prova do livramento condicional. Em consequência a esta decisão, a esposa do espião israelense, Esther Zeitz, cortou sua algema eletrônica no último dia 22 de novembro transformando-o em um homem livre.
Ontem, em segredo e após passar por dois exames de coronavírus, Jonathan Pollard embarcou em um avião e decolou de Nova Iorque em direção ao Estado de Israel. Às 2:55h da manhã desta madrugada ele pousou em Tel Aviv e foi recebido ainda na pista pelo Primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu.
“Bendito sejas, Eterno nosso D’us, Rei do Universo, que nos concedeu vida, nos sustentou e nos permitiu chegar a essa ocasião”, disse Jonathan Pollard, recitando a prece de Shehecheyanu. Esta, é tradicionalmente feita pelo povo judeu quando algo extremamente desejado torna-se realidade. Em seguida, o espião israelense se ajoelhou e beijou o solo da Terra de Israel.
“Eu estou muito emocionado por chegar finalmente em casa, 35 anos depois. Nós agradecemos ao Estado de Israel e seu Primeiro-ministro, por nos trazer de volta a casa”, disse Pollard.
Ao entregar o documento de identidade israelense para Jonathan Pollard e sua esposa, Benjamin Netanyahu disse: “bem vindos, é maravilhoso que vocês tenham chegado em casa. Agora vocês poderão recomeçar suas vidas, livres e felizes. Agora vocês estão em casa”.
Jonathan Pollard e sua esposa, Esther, que sofre de câncer, foram levados para um apartamento na região central de Tel Aviv e lá deverão cumprir o período de 10 dias de quarentena compulsiva imposta a todos aqueles que chegam a Israel em meio a pandemia.