Ilustração: Judeu observa flâmulas com suásticas nazistas no Memorial do Holocausto Yad Vashem em Jerusalém (Kevin Frayer/AP) Ilustração: Judeu observa flâmulas com suásticas nazistas no Memorial do Holocausto Yad Vashem em Jerusalém (Kevin Frayer/AP)

Homem judeu que usava Kipá foi brutalmente espancado por 3 neonazistas na cidade de Jaguariúna, interior de São Paulo.

Unidos com Israel

Se você achou que o Nazismo acabou com o final da Segunda Guerra Mundial, você está muito enganado. Hoje, em todo o mundo, grupos antissemitas e neonazistas ganham força e ataques contra a comunidade judaica são cada dia mais frequentes.

Um homem brasileiro de 57 anos é uma das últimas vítimas do nazismo. Ele não foi atacado na Alemanha nazista ou em uma país com maioria muçulmana, mas, pasmem, no Brasil. Mais especificamente em Jaguariúna, interior do Estado de São Paulo.

O crime aconteceu no último dia 10 de fevereiro e veio à tona agora após uma reportagem da jornalista Tatiana Farah do BuzzFeed Brasil. A vítima, que teve sua identidade preservada, foi espancada por três neonazistas quando caminhava sozinho em direção a rodoviária de Jaguariúna.

“Judeuzinho verme” e menção a Adolph Hitler

À jornalista do BuzzFeed Brasil, o homem, que se converteu ao judaísmo há 30 anos e usava uma kipá quando foi atacado, falou sobre os momentos de tensão. Segundo ele tudo começou quando os agressores gritaram “judeuzinho verme” e partiram em sua direção.

“Foi tudo muito rápido. Quando eu vi, um deles já estava bloqueando a minha passagem. Ele me agarrou pelo pescoço. Um me deu um chute no testículo. Quando eu me abaixei de dor, me deu um soco de baixo para cima no rosto, quebrando minha prótese dentária e meus dentes, e machucando minha boca”, relatou ele.  

A vítima contou também, que os agressores disseram que Hitler deveria ter matado mais judeus antes de pegarem seu kipá, que havia caído, e o rasgarem com um canivete.

“Ele disse que a próxima vez que me encontrassem seria pior. Eu fiquei no chão, sangrando”, falou o representante de vendas de 57 anos que hoje está desempregado.

A polícia investiga o caso como lesão corporal e injuria racial, prevista no artigo 140 do Código Penal. Até o momento, ninguém foi identificado ou preso.

“Acho que isso aconteceu porque a Humanidade está ficando doente de novo. Essas pessoas são doentes de caráter e da cabeça”, desabafou o representante comercial, também ao BuzzFeed News Brasil.

Em nota, a Federação Israelita do Estado de São Paulo disse que está acompanhando o caso junto a OAB e que também presta assistência à vítima.

 

 

“Este é um fato grave de antissemitismo e racismo que não toleraremos em nossa sociedade. Não mediremos esforços, ao lado das autoridades competentes, para encontrar e punir nos termos da lei os responsáveis por esta covarde agressão”, diz a nota da Fisesp.