Autor do crime, Mohammed Dridi contou às autoridades francesas que Eyal Haddad foi morto “por ser judeu”.


Por David Aghiarian, Unidos com Israel

Jerusalém, 29/08/2022

 

Um judeu de 34 anos foi brutalmente assassinado, a golpes de machado, por um muçulmano identificado como Mohammed Dridi na aldeia francesa de Longperrier, na região nordeste de Paris. O crime aconteceu no último dia 20 de agosto e só foi divulgado neste domingo (29) graças aos esforços da Agência Nacional de Vigilância contra o Antissemitismo, que diz estar preocupada pelo “silêncio entorno do caso”.

A Agência Nacional de Vigilância contra o Antissemitismo, ou BNVCA na sigla em francês, é um órgão da comunidade judaica da França com sede em Paris. Presidida por Sammy Ghozlan a organização combate o antissemitismo, no território francês e no mundo.

“A BNVCA foi procurada por muitos jornalistas que notaram a circulação de informações relacionadas ao assassinato de um homem judeu de 34 anos proveniente da ilha de Djerba, na Tunísia”, diz um comunicado emitido pelo órgão que identificou a vítima como Eyal Haddad.

A família de Eyal Haddad imigrou da Tunísia para Israel e vive na cidade de Beer Sheva, na região sul do país.

De acordo com as informações coletadas Eyal Haddad foi morto a golpes de machados e teve parte de seu rosto queimado por Mohammed Dridi, seu vizinho. Ele tentou ocultar o crime enterrando o corpo de sua vítima, mas acabou entregando-se às autoridades.

À polícia francesa Mohammed Dridi contou que cometeu o crime por causa de uma dívida de 100 euros. Mais tarde, ele confessou que Eyal Haddad havia sido assassinado “por ser judeu”.

Vítima da crescente onda de antissemitismo a comunidade judaica da França teme o silêncio e a indiferença das autoridades locais. O caso Sarah Halimi por exemplo, é um exemplo desta prática que vem se perpetuando através da recusa das autoridades francesas em reconhecer a gravidade dos crimes de ódio e antissemitismo. Isto, em um país que enfrenta a multiplicação do movimento jihadista.

Presidente do Conselho Representativo das Instituições Judaicas da França, Yonathan Arfi pediu que as autoridades francesas investiguem o caso a fundo. Segundo ele, o caráter antissemita do assassinato de Eyal Haddad não pode ser descartado, mas visto como um agravante.

A crescente onda de antissemitismo levou milhares de judeus a deixarem a França na última década. Hoje, os aproximadamente 500 mil membros da comunidade judaica que ainda residem no país temem pela sua vida e muitas vezes escondem sua identidade.

No país da “liberdade, igualdade e fraternidade”, os judeus já não sentem-se seguros.