Decisão pode ser resposta do Kremlin ao apoio de Israel à Ucrânia.
Por David Aghiarian, Unidos com Israel
Jerusalém, 24/04/2022
Semanas após dar início ao processo de repressão às atividades da Agência Judaica para Israel o governo da Rússia determinou na última quinta-feira (21) o fechamento da filial da organização no país. Isto, através de uma ordem judicial expedida pela corte distrital de Basmany, em Moscou.
“O tribunal acatou a uma queixa administrativa expedida pelo Ministério da Justiça de Moscou que requer… a dissolução da organização sem fins lucrativos”, disse Ekaterina Buravtsova, Porta-voz da Corte Distrital de Basmany, citada pela rede de notícias estatal russa RIA.
Criada em 1929, a Agência Judaica para Israel, ou Sochnut HaYehudit em hebraico, é um órgão ligado ao governo israelense que estimula o vínculo entre o Estado Judeu e as comunidades judaicas de todo o mundo. Isto, através da promoção da história, cultura, identidade e valores judaicos. Com sede no coração de Jerusalém e filiais em diversos países o órgão atende milhões de pessoas em todo o mundo.
A Agência Judaica para Israel é também o órgão responsável por todos os trâmites referentes à Aliá. Este, é o processo administrativo pelo qual devem passar os judeus da diáspora, além de seus cônjuges e descentes, antes de imigrarem legalmente para Israel.
Em nota, a Agência Judaica para Israel informou que uma audiência sobre o caso havia sido marcada para a próxima quinta-feira (29) e que não iria se manifestar durante o devido processo legal das autoridades russas.
Apesar do silêncio da Agência Judaica o Primeiro-ministro de Israel, Yair Lapid, disse através das redes sociais que estava tratando pessoalmente do tema junto ao Ministério das Relações Exteriores.
“A comunidade judaica da Rússia é ligada profundamente ao Estado de Israel e sua importância vem à tona em qualquer conversa com a liderança russa. Continuaremos a trabalhar através dos canais diplomáticos para que as importantes atividades da Agência Judaica não sejam interrompidas”, disse Lapid.
Especialistas acreditam que a atitude de Moscou seja uma resposta à posição do governo israelense em relação à guerra entre a Rússia e a Ucrânia. Jerusalém, como todo o mundo ocidental, condenou a invasão russa e vem auxiliando o governo em Kiev através do envio, principalmente, de ajuda humanitária às vítimas da guerra e refugiados.