Amos Ben-Gershom (GPO) (Amos Ben-Gershom/GPO)

Por determinação do governo de Benjamin Netanyahu, Israel caminha para três semanas de confinamento que tem por objetivo, conter a proliferação do coronavírus.


Por David Aghiarian, Unidos com Israel

Tel Aviv, 14/09/2020

 

Na noite deste domingo (13), após a reunião ministerial que aprovou a volta do lockdown em Israel a partir da próxima sexta-feira (18), o Primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, convocou uma coletiva de imprensa e fez um pronunciamento à nação.

“Quando houve o aumento do número de casos de coronavírus em Israel, eu perguntei ao Gestor da Pandemia, Doutor Gamzu, e à sua equipe de especialistas: quando saberemos se teremos novamente que impor novas restrições?”, disse Netanyahu. Segundo ele, a seguinte resposta lhe foi dada: “nós teremos que fechar quando o sistema de saúde levantar a bandeira vermelha”.

“O sistema de saúde finalmente levantou a bandeira vermelha”, disse Netanyahu ao explicar que até agora não era necessária a retomada das medidas de confinamento. Isto, apesar do crescimento exponencial do número de pacientes diagnosticados com a doença covid-19 em Israel. “Nós não tínhamos doentes internados em estado grave e o número de mortes ainda era relativamente baixo”, concluiu ele.

Segundo dados oficiais do Ministério da Saúde, desde o início da pandemia Israel já registrou 156.823 casos de coronavírus. Hoje no país, há 40.461 casos ativos de covid-19. Destes pacientes, 1.111 estão internados em hospitais e o restante cumpre um período de quarentena em suas casas ou em hotéis geridos pelo Exército de Defesa de Israel. Entre os paciente internados, 529 têm seu quadro clínico considerado grave e 135 estão ligados a aparelhos respiradores.

Mas o índice que preocupa as autoridades sanitárias é o de novos casos na últimas 24h. Há uma semana aproximadamente, este número saltou de 2.000 para quase 4.000 novos casos diagnosticados todos os dias. Com este crescimento exponencial, naturalmente, vem crescendo rapidamente também o número de mortes e de pacientes que precisam de leitos em hospitais. Há uma semana por exemplo, o número de paciente em estado grave que hoje é de 529, era de 446.

“Diante da proliferação do coronavírus, na última quinta-feira, os especialistas do Ministério da Saúde disseram que é a hora de tomar uma atitude, imediatamente”, disse Netanyahu. “Alguns dos hospitais e suas equipes médicas estão sob extrema pressão, à nível de exaustão”, explicou ele ao deixar claro também que não faltam leitos ou aparelhos respiradores.

De acordo com a mídia israelense os hospitais na região norte do país são os mais atingidos pela pandemia do coronavírus e alguns deles já começaram a transferir pacientes para hospitais na região central de Israel. Na região da Galileia por exemplo, o Galilee Medical Center informou na manhã desta segunda-feira que por enquanto não receberá mais pacientes em sua ala dedicada à covid-19. “Esta manhã paramos de receber pacientes. Não entramos em colapso, mas a pressão é imensa”, disse o diretor do hospital, Dr. Masad Barhoum durante uma entrevista à rede Ynet.

“Com a aproximação do inverno nós podemos estar diante além da pandemia do coronavírus, de um surto de gripe. Por isso nós estamos nos preparando de antemão”, disse o Primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, que viajou hoje para Washington onde assinará amanhã o acorde de paz entre Israel, o Bahrein e os Emirados Árabes Unidos.