O papiro tem aproximadamente 2.600 anos de idade, está escrito em hebraico arcaico e apresenta os dizeres: “para Ismael, não envie.”


Por Unidos com Israel

Jerusalém, 08/09/2022

 

Um raro papiro da época do Primeiro Templo Sagrado de Jerusalém foi devolvido a Israel após ser roubado de uma caverna do Deserto da Judeia e vendido por traficantes de antiguidades para uma turista do estado de Montana, nos Estados Unidos.

“Este papiro foi roubado por ladrões de antiguidades, provavelmente beduínos, que o venderam para um traficante de relíquias históricas de Belém. Ele vendeu o papiro para uma turista americana que o levou para Estados Unidos”, disse o Dr. Eitan Klein, Subdiretor do Departamento de Prevenção de Roubos da Autoridade de Antiguidades de Israel.

Papiros eram os papéis da antiguidade feitos a partir da planta Cyperos Papyrus. Eles eram usados para todos os efeitos que hoje usamos o papel, como cartas, contratos e títulos de compra e venda.

Ao descobrir em 2018 a existência do artefato os pesquisadores da Autoridade de Antiguidades de Israel tentaram por anos encontrar a turista americana. Eles terminaram por descobrir o paradeiro de seu filho e o convidaram para uma visita a Israel. Ele foi apresentado as instalações de preservação do órgão, onde estão guardados os Manuscritos do Mar Morto, e ao final concordou que o papiro deveria ser devolvido a Jerusalém.

A raridade do artefato impressionou os pesquisadores. Ele é apenas o terceiro papiro na coleção de Israel datado do século VII AEC, época do Primeiro Templo Sagrado de Jerusalém.

“Através de cada um destes documentos históricos, cartas normalmente, podemos aprender mais sobre a estrutura de governo e a época em si”, disse Dr. Eitan Klein.

O papiro apresenta 4 frases escritas em hebraico arcaico e os dizeres: “para Ismael, não envie”.

“O que não enviar, nós não sabemos”, disse o Dr. Joe Uziel, Diretor do Departamento de Cartas do Deserto de Judá da Autoridade de Antiguidades de Israel.

“O autor da carta escreve com rapidez, não se preocupa em desenhar as letras, escreve como escrevemos no dia a dia”, disse o Dr. Uziel.

Além de ser o nome do filho do patriarca Abraão e Hagar, serva de Sara, Ismael era um nome comum na época bíblica. Os pesquisadores acreditam que o tal “Ismael” descrito no papiro, era um oficial do Reino Unificado de Israel.

 

Ainda de acordo com o Dr. Daniel Klein a devolução do papiro a Israel é uma ação de proteção ao patrimônio histórico e cultural da sociedade israelense.

“O lugar legal e digno deste artefato é o Departamento de Manuscritos do Mar Morto da Autoridade de Antiguidades de Israel. Estamos fazendo todos os esforços possíveis para recuperar e devolver a Israel outros pergaminhos e papiros que foram localizados no exterior”, disse ele.