Visita é vista como uma tentativa de recuperação das relações entre a Turquia e Israel.


Por Unidos com Israel

Tel Aviv, 09/03/2022

 

O Presidente do Estado de Israel, Isaac Herzog, viajou nesta quarta-feira (9) para a Turquia e foi recebido em Ancara pelo presidente Recep Tayyip Erdogan.

Esta é a primeira visita oficial de presidente israelense à Turquia em mais de uma década e acontece a convite de Erdogan, que tenta deixar o isolamento aproximando-se de Jerusalém e dos países árabes do Golfo Arábico.

O presidente turco Recep Tayyip Erdogan é aliado da Irmandade Muçulmana e de grupos terroristas como o Hamas. Por isso, é visto por Israel e por países árabes moderados como uma ameaça à estabilidade e segurança do Oriente Médio.

A Grécia e o Chipre também enxergam Erdogan como uma ameaça à sua segurança e nos últimos anos estabeleceram, junto a Israel, um tríplice aliança contra a Turquia e em prol da segurança e estabilidade da zona do Mediterrâneo.

Antes de viajar à Turquia o presidente israelense Isaac Herzog fez visitas oficiais à Grécia e ao Chipre, para reafirmar o compromisso de Jerusalém com seus aliados.

Ao recepcionar Herzog o presidente turco classificou como “histórica” a visita do Presidente de Israel a Ancara. Segundo Erdogan, ela representa uma “virada de mesa nas relações entre Israel e a Turquia.

Herzog por sua vez, através das redes sociais, disse que boas relações de vizinhança são importantes para todo o Oriente Médio.

“Este é um momento importante para as relações entre nossos países. Podemos não concordar sobre muitas questões, mas espero que possamos trabalhar juntos em prol da prosperidade, paz e segurança de nossa região. Para o bem de todos os povos”, disse o presidente israelense.

Desde 2008, as relações entre Jerusalém e Ancara vêm se deteriorando e estas chegaram a um patamar insustentável em 2010. Na ocasião, um grupo de “defensores dos direitos humanos” armados tentou furar por mar, o bloqueio israelense à Faixa de Gaza, território controlado pela organização terrorista Hamas. Isto, sob a alegação de estar levando ajuda humanitária à Gaza.

Após tentar contornar a situação e oferecer a possibilidade de que o navio atracasse no porto de Ashdod e a ajuda humanitária fosse transportada para Gaza por terra, em caminhões, a marinha israelense não teve outra opção senão interceptar o navio. Ao chegarem a embarcação, os soldados foram recebidos com muita violência . Foram apreendidas armas e até granadas.

Quando divulgado o balanço da “ajuda humanitária” transportada pelo grupo, que adotou o nome de “Flotilha da Liberdade”, foram encontrados medicamentos vencidos, materiais estragados e itens de segunda mão sem qualquer valor material ou utilidade. Tudo uma farsa, na tentativa de manchar a imagem do Estado de Israel perante a comunidade internacional.

O Hamas, aliado de Erdogan, recusou a carga e se negou a receber o material.

As relações entre Israel e a Turquia melhoraram com o passar dos anos e em 2016 os países voltaram a trocar embaixadores. Mas, dois anos depois, Ancara expulsou o embaixador israelense alegando novas divergências sobre a situação dos palestinos na Faixa de Gaza. Desde então, Israel não tem um embaixador na Turquia e vice-versa.

A vontade de Erdogan de aproximar-se de Israel pode ser explicada pela crise econômica pela qual passa a Turquia. A lira turca vem perdendo seu valor à índices históricos, a popularidade de Erdogan vem caindo e uma aproximação do ocidente não poderia vir em um momento melhor para o “ditador otomano”.