O dia de Purim é o dia em que celebramos nossa milagrosa salvação. Nesse dia, 14 de Adar, nossos gananciosos inimigos planejavam exterminar o povo judeu, mas seus planos foram por água abaixo. A Imperatriz Ester e seu tio Mordechai tinham um plano e conseguiram salvar todo um povo que estava fadado à morte.
Em Purim, os judeus lembram em suas rezas os milagres de D’us. Estes, garantiram a salvação do povo judeu e a vitória sobre um decreto hediondo e antissemita.
No dia de Purim os judeus têm 3 principais compromissos: alegrar-se, alegrar um amigo e àqueles que passam necessidade.
Começaremos com a explicação dos dois últimos mandamentos.
Mishloach Manot (presentear amigos)
Durante o dia de Purim, devemos enviar um “presente” para ao menos dois amigos. Mas não são quaisquer presentes, jóias, roupas, flores estão fora de questão. Devemos presentear nossos amigos com alimentos e bebidas, tradicionalmente guloseimas, mas qualquer forma de alimento. Esses alimentos são destinados a um banquete que acontece no almoço do dia de Purim.
Trocar presentes aproxima duas pessoas, promove a união do povo judeu. Ao sentar-se à mesa para o almoço de Purim você verá aquela garrafa de vinho que recebeu de um amigo ou uma bela cesta de frutas que lhe foi dada pelo seu vizinho. Gestos assim, afetivos, aproximam e alegram a todos. Por isso, é extremamente aconselhável que se presenteie àquele amigo com o qual você brigou ou discutiu durante o ano.
Como o objetivo do Mishloach Manot é unir amigos, os presentes não devem ser enviados de forma anônima, mas você já vai entender porque isso é relevante.
Matanot LaHevionim (presentes aos necessitados)
Alegria é a palavra chave de Purim. Por isso nos fantasiamos, comemos, bebemos e trocamos presentes. Mas a união do povo é ainda mais importante e por isso devemos garantir que todo e qualquer judeu tenha o suficiente para festejar essa festa.
Presentear os mais necessitados também compreende enviar alimentos àqueles que não se podem dar o luxo de realizar um farto almoço de Purim. Mas diferente do presente que enviamos a nossos amigos, repleto de guloseimas e mimos, o presente para os pobres deve garantir ao menos o básico para e refeição de Purim.
A tradição determina que devemos enviar ao menos uma porção de comida para duas pessoas carentes. Hoje em dia, costumamos doar o valor de duas refeições para instituições de caridade que usarão o dinheiro arrecadado para distribuir cestas básicas de Purim. Não existe um valor fixo a ser doado, o importante é que cada um faça a sua parte e ajude o próximo. Mas, costuma-se doar um valor que seja suficiente ao menos para uma satisfatória refeição. Quanto custa um prato de comida kasher básico na sua cidade? É esse o valor mínimo a ser doado para cada pobre.
Diferente do Mishloach Manot que tem a união como objetivo, o Matanot LaHevionim é uma forma de solidariedade. A mais pura forma de bondade é aquela que você não tem qualquer ganho com o seu ato e por isso, o beneficiário, não deve saber de quem recebeu a doação. Você não se sentirá superior por haver doado e ele não se sentirá insignificante por estar passando necessidades. O anonimato é uma virtude, é a mais pura forma de caridade. O objetivo é puramente ajudar o próximo sem que quaisquer laços de dependência ou reconhecimento sejam ocasionados. Devemos garantir a alegria dos mais necessitados.
Além de da Matanot LaHevionim é também costume convidar para a refeição de Purim pessoas carentes. É ampla a definição de carente. Pode ser alguém que esteja passando por problemas financeiros ou aquela pessoa carente de amigos, familiares, carente de atenção. Convide aquela vizinha viúva, aquele amigo que infelizmente perdeu um ente querido, convide alguém que precisa mais de afeto do que de qualquer outra coisa.
Agora chega! Você já entendeu que deve alegrar-se em Purim. Mais importante do que isso, você já entendeu que deve garantir a alegria do próximo. Agora coloque a sua fantasia, saia à rua, coma, beba, reúna a família e amigos nesse prazeroso dia do calendário judaico.
Purim Sameach!
Texto original: Rabino Yossef Bitton
Versão em português, Unidos com Israel