Hoje com aproximadamente 3.000 membros apenas, a comunidade judaica do Marrocos já representou 10% da população do país.
Por Unidos com Israel
Jerusalém, 24/07/2022
O Rei Mohammed VI do Marrocos ordenou este mês que a comunidade judaica do país seja reconhecida como “um componente da rica cultura marroquina”. Ao monarca é concedido um amplo poder executivo e uma de suas atribuições é ser o “Defensor da Fé”.
Seguindo o decreto real o Ministro do Interior do Marrocos, Abdelouafi Laftit, convocou uma reunião ministerial e determinou a criação de alguns órgãos que representação a comunidade judaica do país muçulmano. Estes, serão responsáveis pela preservação da história, valores e do fortalecimento da comunidade judaica do Marrocos.
Entre os órgãos que serão criados podemos citar o Conselho Nacional das Comunidades Judaicas do Marrocos, que representará os judeus do país, e a Fundação do Judaísmo Marroquino, que deverá trabalhar pela preservação de sua história, cultura e valores.
Após um período de suspensão, Israel e o Marrocos normalizaram suas relações no final de 2020, através dos Acordos de Abraão. Desde então, as relações entre Jerusalém e Rabat vêm se estreitando e diversos acordos bilaterais já foram assinados como por exemplo na área da defesa, aviação civil e trabalho.
Em dezembro do ano passado, em outro aceno à Jerusalém, o Rei Mohammed VI decretou ainda a restauração de centenas de sítios judaicos como sinagogas e cemitérios por exemplo.
Os judeus do Marrocos
A história dos judeus no Marrocos começou ainda nos anos 70 da Era Comum, antes mesmo da criação do Islã. Ela é atestada pela descoberta de artefatos e lápides judaicas na região norte do Marrocos, principalmente na antiga cidade de Volubili, e na zona do Magrebe, no noroeste do país africano.
No século VX, com a Inquisição Católica, muitos judeus buscaram refúgio no Marrocos após serem perseguidos e expulsos da Espanha. Este processo de evasão foi determinante para o crescimento e enriquecimento cultural da comunidade judaica marroquina que chegou a ter mais de 250.000 membros e representar 10% da população do país.
Após a criação do Estado de Israel em 1948, muitos judeus fugiram do Marrocos por medo da perseguição muçulmana. Estes, estabeleceram-se em diversas partes do mundo, mas imigraram principalmente para Israel. Há judeus originários do Marrocos por exemplo na Espanha, Canadá, Estados Unidos e até no Brasil, onde há sinagogas marroquinas nas cidades de Belém, Manaus e Rio de Janeiro.
Hoje a comunidade judaica do Marrocos tem aproximadamente 3.000 membros que vivem basicamente nas principais cidades do país como Rabat e Casablanca.