De acordo com o vice-Presidente do Conselho de Segurança da Rússia, Dmitry Medvedev, as relações entre Moscou e Jerusalém seriam destruídas se Israel enviar armas à Ucrânia.
Por David Aghiarian, Unidos com Israel
Jerusalém, 18/10/2022
O vice-Presidente do Conselho de Segurança da Rússia, Dmitry Medvedev, usou seu canal no Telegram para advertir Israel sobre as consequências de enviar armas à Ucrânia. Segundo ele, isto destruiria as relações entre Moscou e Jerusalém.
Aliado de Vladimir Putin, Dmitry Medvedev foi Presidente da Rússia entre 2008 e 2012 e Primeiro-ministro da Rússia entre 2012 e 2020.
“Parece que Israel irá enviar armas ao regime de Kiev. Esta é uma manobra muito arriscada e destruirá a relação entre nossos países”, disse Medvedev.
O político ainda defendeu que seu país estaria lutando contra os nazistas e disse que se Israel enviar ajuda a Ucrânia, deveria também declarar “Bandera e Shukhevych” como heróis.
Stephan Bandera e Roman-Taras Yosypovych Shukhevych eram líderes do Exército Insurgente da Ucrânia e apoiaram Adolph Hitler e o nazismo durante a Segunda Guerra Mundial. Ambos são responsáveis pela morte de milhares de judeus.
As declarações de Dmitri Medvedev foram feitas, aparentemente, em resposta as declarações do Ministro da Diáspora de Israel, Nachman Shai. Segundo ele, o apoio militar do Irã a Rússia é um divisor de águas que demanda uma posição mais enfática de Jerusalém em relação ao conflito entre Moscou e Kiev.
“Nesta manhã fomos informados de que o Irã está enviando mísseis balísticos à Rússia. Já não há nenhuma dúvida de que lado Israel deve ficar neste sangrento conflito. Chegou o momento de enviar ajuda militar à Ucrânia, assim como fazem os Estados Unidos e os países da OTAM”, disse Shai.
Desde o início da guerra entre a Rússia e a Ucrânia o governo israelense vem se posicionando claramente em apoio à Kiev e seu presidente, Volodymyr Zelensky. Israel também já enviou ajuda humanitária e equipamentos de defesa como capacetes e coletes à prova de balas para organizações da sociedade civil ucraniana. Mas, apesar disso, Jerusalém até aqui não atendeu aos apelos de Kiev que requisitou armas e principalmente, o sistema de defesa antiaéreo “Domo de Ferro”.