Shavuot é uma das três festas mais importantes do calendário judaico, além de Pessach, a páscoa judaica, e de Sucot, a festa das cabanas. Estas três festas são chamadas de Shloshá Regalim, ou em português, as três peregrinações.


Unidos com Israel

 

Nestas festas, há muitos anos, judeus do mundo todo peregrinavam para Jerusalém para participar das festividades e cerimônias que aconteciam no Grande Templo, ou em hebraico, o Beit Hamikdash. Hoje em dia, apesar de não mais termos o Beit Hamikdash.  muitos judeus ainda mantém a tradição e viajam para celebrar estas três festas na capital israelense.

Celebrada na primavera israelense a festa de Shavuot também é conhecida como a festa da colheita. Isto, porque ao peregrinarem para Jerusalém os judeus levavam consigo parte do que haviam colhido como uma oferenda para Deus.

Mas a principal razão para a celebração da festa de Shavuot está ligada diretamente às raízes do judaísmo, foi neste dia que recebemos a Torá. Foi em Shavuot que Moisés desceu do Monte Sinai com as Tábuas da Lei em seus braços. Ele havia estado 40 dias junto a Deus no Monte Sinai e trazia consigo o maior presente do Todo Poderoso para o povo de Israel. Por este motivo, todos os anos, celebramos não apenas o recebimento da Torá como tentamos ao máximo reviver este momento histórico através de diversos costumes que de acordo com a tradição judaica remetem ao que aconteceu no Monte Sinai.

Enfeitar as casas e sinagogas com flores e plantas é uma desta tradições. Isto nos aproxima daquele momento mágico que foi a entrega da Torá quando o Monte Sinai milagrosamente,  apesar de estar situado no deserto, foi coberto por uma belíssima vegetação.

Durante Shavuot os judeus ortodoxos não apenas rezam e fazem com suas famílias as refeições festivas como dedicam todo o seu tempo livre ao estudo da Torá. Passar a noite em branco, acordado estudando com amigos ou escutando aulas e palestras de rabinos, é uma das marcas registradas desta festa. Dormir? Só após as orações matinais que são seguidas por um belíssimo café da manhã.

Comer refeições baseadas em produtos lácteos também é um dos símbolos de shavuot. Churrasco? Nada disso! Em shavuot nós queremos queijos, vegetais, massas, frutas, bolos e sorvetes para lembrarmos que ao receber a Torá das mãos de Moisés os judeus foram surpreendidos com uma séria de regras sobre como deveriam ser feitos os abates de animais. Assim, de acordo com a tradição judaica, o povo de Israel deixou de ingerir carne até que houvessem pessoas capacitadas a realizar o abate conforme as regras daquele novíssimo livro, a Torá.

Há ainda um motivo místico e cabalístico para a ingestão de alimentos lácteos durante a festa de Shavuot. Segundo a numerologia judaica, conhecida como “guematria”, o valor numérico da palavra Chalav, leite em hebraico, é igual a 40. Ou seja, ao consumirmos produtos derivados do leite, somos lembrados dos 40 dias que Moíses esteve no Monte Sinai junto a Deus, estudando a Torá para depois transmití-la ao povo judeu.

A analogia entre a Torá e o leite é mais um motivo, ou desculpa, para nos deliciarmos com receitas lácteas na festa de Shavuot. De acordo com o “Shir HaShirim”, um dos livros da Bíblia Hebraico conhecido em português como Cântico dos Cânticos, o leite simboliza pureza e representa a própria Torá, pois não há neste mundo nada mais puro e verdadeiro do que ela.

Seja qual for o motivo para a festa de Shavuot desejamos que você aproveite esta data para celebrar e se conectar com seus familiares e amigos. Feliz Shavuot!