Sobrinha do aiatolá Ali Khamenei, a ativista Farideh Moradkhani foi presa por apoiar as manifestações que pedem o fim do regime iraniano.
Por Unidos com Israel
Jerusalém, 28/11/2022
Através de um vídeo que começou a circular nas redes sociais, a ativista iraniana Farideh Moradkhani fez um apelo para que o mundo isole o regime iraniano e corte suas relações com Teerã. Isto, em sinal de apoio as recentes manifestações do povo iraniano que há mais de dois meses sai diariamente às ruas para exigir o fim do regime ditatorial e opressivo dos aiatolás.
Engenheira, Farideh Moradkhani é sobrinha do Líder Supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei. Seu pai, Ali Tehrani, que morreu no mês passado, era casado com Badri Housseini Khamenei, irmã do ditador iraniano.
De acordo com Mahmoud Moradkhani, irmão de Farideh e aquele que postou o vídeo nas redes sociais, ela foi presa na última quarta-feira (23), após ser intimada para apresentar-se às autoridades legais do Irã.
“Oh, pessoas livres, juntem-se a nós e peçam para que seus governos parem de apoiar este regime homicida e assassino de crianças. Este regime não é leal a nenhum princípio religioso e não conhece lei ou regra, exceto a força e o mantenimento de seu poder, a qualquer custo”, diz Farideh Moradkhani no vídeo gravado antes de sua prisão.
Farideh Moradkhani disse ainda que as sanções impostas pelo ocidente ao regime iraniano são “risórias” e que só o isolamento completo de Teerã será capaz de colocar um fim à ditadura dos aiatolás.
“Este é um momento crítico em nossa história, toda a humanidade está observando como o povo iraniano está lutando de mãos vazias contra as forças do mal, com exemplar coragem e bravura. Neste momento o povo iraniano está carregando sozinho o fardo desta imensa responsabilidade e pagando com suas vidas”, disse Farideh ao criticar a indiferença dos líderes mundiais para com o desejo de liberdade dos iranianos.
Protestos no Irã
Desde setembro deste ano, em diversas cidades do Irã e principalmente na capital Teerã, milhares de manifestantes saem às ruas diariamente exigindo o fim da ditadura iraniana e em especial, liberdade. A onda de protestos começou após a prisão da jovem curda Mahsa Amini de 22 anos. Acusada de não usar o véu islâmico de maneira adequada, Amini foi presa, torturada e assassinada pela polícia reliosa do Irã.
Hoje, mais de dois meses depois de seu assassinato, Mahsa Amini continua sendo o principal símbolo das manifestações, mas de acordo com a ONG Iran Human Rights, que faz oposição ao regime dos aiatolás, 483 outros manifestantes também foram assassinados pelas forças de Ali Khamenei.