Suspeita é de que o terrorista, um policial egípcio que infiltrou-se em Israel, tenha sido influenciado por ideais extremistas islâmicos. Com ele foram encontrados um alcorão, uma faca, um fuzil e muita munição.


Por Unidos com Israel

Jerusalém, 04/06/2023

 

Três soldados das Forças de Defesa de Israel, IDF na sigla em inglês, foram mortos neste sábado (3) por um terrorista que infiltrou-se no território israelense a partir do Egito. Eles foram identificados como sargento Lia Nun (19), sargento Ori Yitzchak Iluz (20) e sargento Ohad Dahan (20).

De acordo com o Porta-voz do IDF o incidente registrado neste sábado aconteceu no Deserto do Negev, entre o Monte Sagi e o Monte Harif. Entre as 6h e 7h da manhã, os soldados Lia Nun e Ori Yitzchak Iluz foram assassinados ao serem surpreendidos por um terrorista quando montavam guarda em um posto de observação localizado próximo à fronteira com o Egito.

Pelo que parece ser uma falha de comunicação e ainda será investigado, os corpos dos dois soldados assassinados só foi encontrado por volta das 9 horas da manhã, quando deveria ocorrer uma troca de guarda. As tropas israelenses imediatamente foram colocadas em estado de alerta, uma brecha na cerca fronteiriça foi encontrada e teve início uma caça ao responsável pelo assassinato dos militares.

Após assassinar os soldados Nun e Iluz o terrorista continuou a pé a embrenhar-se pelo território israelense até encontrar um veículo ocupado por militares israelenses que realizava buscas pela região fronteiriça. Ele atirou contra o veículo matando o soldado Ohad Dahan e foi morto na troca de tiros com os demais militares israelenses. Um deles, ficou ferido e foi encaminhado para o hospital Soroka Medical Center, na cidade de Beer Sheva.

O Porta-voz do IDF identificou o terrorista como um policial egípcio que não teve sua identidade divulgada. Além de um fuzil e uma faca, que foi usada para cortar a cerca fronteiriça, ele carregava seis cartuchos de munição e um alcorão.

 

Investigação em coordenação com o Egito

 

O Comandante do Comando Militar Sul, general Eliezer Toledano, disse à mídia israelense que uma investigação foi aberta para apurar a fundo a morte dos soldados israelenses. Segundo ele, as investigações ocorrerão em cooperação com o Egito.

“Nós não deixaremos nenhuma pergunta sem resposta”, disse Toledano.

 

Chefe do Estado-maior das Forças de Defesa de Israel, general Herzi HaLevi, na fronteira com o Egito neste sábado (3).

O Exército do Egito por sua vez disse que um policial morreu na troca de tiros com soldados israelenses durante uma operação contra contrabandistas. Apesar da nota, fontes egípcias disseram à mídia internacional que familiares do policial haviam sido detidos e questionados. Isto, para apurar se ele apresentava sinais de distúrbios mentais ou se havia se afiliado a grupos terroristas como a Al-Qaeda ou ao Hamas.

Israel e o Egito enfrentaram-se nas guerras de 1948 (Independência), 1967 (Seis Dias) e 1973 (Yom Kipur). Em 1979, sob a liderança do então presidente Anwar Sadat o Egito tornou-se o primeiro país árabe a assinar um acordo de paz com Israel e desde então existe um canal de cooperação entre o Cairo e Jerusalém. Por essa razão, incidentes militares na região de fronteira entre os dois países são considerados raros.

Apesar de incomuns, casos em que militares egípcios assassinaram israelenses na região fronteiriça já aconteceram após a assinatura do acordo de paz entre o Cairo e Jerusalém. Em 1985 por exemplo, o policial egípcio Suleiman Khater assassinou 7 turistas israelenses no Sinai Em outra ocasião, em 1990, o policial Ayman Mohammed Hassadn cruzou a fronteira entre os dois países e assassinou três soldados e um civil israelense.