Jerusalém teria sido cogitada para receber delegações da Rússia e da Ucrânia em uma tentativa de alcançar um acordo de cessar-fogo entre Moscoy e Kiev.


Por David Aghiarian

Tel Aviv, 26/02/2022

 

O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenski, telefonou para o Primeiro-ministro do Estado de Israel, Naftali Bennett, e pediu para que Jerusalém assumisse o papel de mediador entre Kiev e Moscou em busca de um cessar-fogo para a guerra com a Rússia. Isto, de acordo com a rede de notícias israelense Kan 11.

A informação foi confirmada pelo Embaixador da Ucrânia em Israel, Yevgen Korniychukm, durante uma entrevista para a rede de televisão americana CNN.

“Nós sempre vemos Israel como um dos possíveis e mais proeminentes intermediadores junto ao Sr. Putin”, disse o embaixador ucraniano para integrantes da mídia israelense e internacional.

 

Jerusalém como palco das negociações

 

A mídia internacional vem noticiando que o Presidente da Rússia, Vladimir Putin, teria concordado em enviar para a cidade de Minsk, capital da Bielorrússia, uma delegação composta por militares e diplomatas. Estes, se reuniriam com uma delegação ucraniana a fim de chegar a um acordo de cessar-fogo.

Zelenski por sua vez, teria recusado Minsk, aliada de Putin, como palco das negociações e proposto que as conversas acontecessem em Varsóvia, capital da Polônia e aliada do ocidente.

Com a recusa do Kremlin, o presidente ucraniano teria proposta para Bennett que Jerusalém fosse o palco das negociações entre Kiev e Moscou. Isto, por ter boas relações com ambos os países e ser um local “neutro”.

A conversa entre Bennett e Zelensky aconteceu na última sexta-feira, mas o Ministério das Relações Exteriores de Israel não se pronunciou especificamente sobre os esforços diplomáticos em busca de um cessar-fogo.

Israel encontra-se em uma posição extremamente delicada no âmbito internacional e tem muito a perder com o conflito entre a Ucrânia e a Rússia. De um lado, estão os Estados Unidos, o ocidente e seus valores, e de outro, a Rússia, um dos mais importantes, quiçá o mais importante, poder moderador do Oriente Médio na atualidade.

A Rússia de Vladimir Putin, talvez seja hoje a única nação capaz de frear os avanços do Irã e de seus aliados, na Síria, Líbano, Iêmen, Egito e Faixa de Gaza, contra Israel. Por isso, Jerusalém há anos vem nutrindo suas relações com o Kremlin e graças a estas, goza de liberdade para agir militarmente contra o Irã e o Hezbollah na Síria.