Tel Aviv se ilumina com as cores da bandeira do Líbano na noite da explosão do porto de Beirute (Caption/Youtube) Tel Aviv se ilumina com as cores da bandeira do Líbano na noite da explosão do porto de Beirute (Caption/Youtube)

Delegações dos dois países se encontrarão amanhã em uma base militar da UNIFIL e darão início as negociações acerca dos limites de suas águas territoriais.


Por David Aghiarian, Unidos com Israel

Tel Aviv, 13/10/2020

 

Às 10h da manhã desta quarta-feira (14), em um base militar da Força Interina das Nações Unidas para o Líbano, UNIFIL na sigla em inglês, Israel e o Líbano voltarão à mesa de negociações. Isto, quase 30 anos após o fracasso das negociações de paz entre os dois países que transcorreram durante a Conferência de Madrid em 1991.

Mas apesar da euforia pela retomada das negociações, principalmente após os acordos firmados entre Israel, Bahrein e os Emirados Árabes Unidos, o diálogo a ser iniciado amanhã ainda não está relacionado a um processo de paz entre Israel e Líbano. Ao invés disso, o tema em pauta será a soberania dos dois países com ênfase na demarcação de suas fronteiras marítimas. Ambos, Israel e o Líbano, têm interesse em exploras as reservas de gás existentes nas profundezas do Mar Mediterrâneo.

“Obrigado ao Secretário de Estado Mike Pompeo e sua equipe e aos emissários David Satterfield e David Schenker, pela mediação e ajuda que resultaram no início das negociações diretas entre nós e os libaneses”, escreveu Yuval Steinitz, Ministro da Energia do governo de Benjamin Netanyahu.

Segundo Steinitz, o objetivo das negociações será “terminar com a disputa sobre os limites das águas territoriais comerciais entre Israel e o Líbano. Isto, para nos ajudar a desenvolver as riquezas naturais em prol de todos os povos da região”.

A delegação israelense que cruzará amanhã a fronteira em direção à base militar da UNIFIL será composta por integrantes técnicos do Ministério da Energia, do Ministério das Relações Exteriores e do Gabinete do Primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. Não haverá agentes políticos na reunião.

Mas apesar do teor puramente técnico e econômico das discussões, não se pode deixar de ressaltar que esta é a primeira vez em muitos anos, que agentes dos dois países sentarão juntos à mesa. Quiçá, seja este o início de um longo caminho a ser trilhado, em direção a paz. Algo que não nunca acontecerá sem o desarmamento do Hezbollah, um grupo terrorista que com o apoio do Irã, prega a destruição do Estado de Israel.