Judeu argentino observa um monumento em homenagem as vítimas do atentado terrorista à sede da AMIA (AP/Natacha Pisarenko) Judeu argentino observa um monumento em homenagem as vítimas do atentado terrorista à sede da AMIA (AP/Natacha Pisarenko)

Em julho de 1994, um terrorista ligado ao Hezbollah e ao Irã, explodiu o prédio da Associação Mutual Israelita Argentina (AMIA) em Buenos Aires matando 85 pessoas.


Unidos com Israel

Beit Shemesh, 18/07/2020

 

Em 18 de julho de 1994, aconteceu o maior atentado terrorista da história da Argentina e o maior ataque já realizado na América Latina contra uma comunidade judaica.

Local da explosão do prédio da AMIA em Buenos Aires (La Nación Argentina/WikiCommons)

Há 28 anos, exatamente às 9 horas e 53 minutos da manhã, um furgão branco carregado de explosivos se chocou contra a sede da AMIA (Associação Mutual Israelita Argentina) localizado à rua Pasteur 633, em Buenos Aires. Ao todo 85 pessoas morreram e mais de 300 ficaram feridas no atentado.

Acredita-se que o atentado contra a comunidade judaica argentina tenha sido motivado por uma vingança contra o ex-presidente do país, Carlos Menem, e seu apoio aos Estados Unidos. Por anos a Argentina vem acusando a organização terrorista libanesa Hezbollah e seu aliado, o Irã, pelo planejamento e execução do atentado à sede da AMIA.

O Irã e o Hezbollah por sua vez negam as acusações, mas recusam-se a auxiliar as autoridades argentinas que até hoje investigam o caso.

De acordo com as investições o Hezbollah teria contado com a ajuda de membros da sociedade argentina para lançar o ataque à sede da AMIA. Algumas hipóteses apontam para a participação de militares de um grupo chamado “Caras Pintadas”, que se opunham à democracia no país. Outra hipótese, versa sobre o envolvimentos de policiais argentinos.

Em 19 de janeiro de 2015, o promotor federal argentino Alberto Nisman, responsável pela investigação do caso, foi assassinado em sua casa em Buenos Aires. O crime aconteceu poucos dias antes da data em que Nisman apresentaria uma denúncia contra a ex-presidente Cristina Kirchner, e membros do seu governo, por supostamente encobrir os acusados de envolvimento no ataque à principal sede da comunidade judaica argentina.

Até hoje ninguém foi preso ou indiciado pelo atentado e há 28 anos os familiares das vítimas esperam por respostas.

O ataque à AMIA não foi o único atentado terrorista contra comunidade judaica argentina. Em 17 de março de 1992, exatamente às 14:45h, uma bomba explodiu e destruiu o prédio da Embaixada de Israel em Buenos Aires. Na ocasião, 22 pessoas morreram e mais de 200 ficaram feridas.

Neste segundo ataque as investigações também apontam para o envolvimento do Hezbollah e do Irã, mas até agora as autoridades argentinas falharam em dar uma resposta à sociedade e ao mundo.

Para a comunidade judaica argentina estes atentados são uma ferida aberta. Hoje, 28 anos após o ataque à sede da AMIA, todos nós ainda esperamos por respostas.

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