Primeiro-ministro de Israel, Yair Lapid (Israel MFA/GPO) Primeiro-ministro de Israel, Yair Lapid (Israel MFA/GPO)

Ministro das Relações Exteriores de Israel diz que Jerusalém votará junto ao ocidente pela condenação da Rússia na Assembleia Geral das Nações Unidas.


Por David Aghiarian

Tel Aviv, 28/02/2022

 

O Ministro das Relações Exteriores de Israel, Yair Lapid, anunciou que Jerusalém irá votar pela condenação da invasão à Ucrânia pela Rússia na sessão emergencial da Assembleia Geral das Nações Unidas convocada para esta terça-feira (1).

Em um breve pronunciamento realizado na tarde desta segunda-feira (28) Lapid disse que os Estados Unidos são o maior e mais importante aliado do Estado de Israel e nação com a qual Jerusalém compartilha os valores ocidentais de democracia e liberdade.

“Israel esteve e para sempre estará, do lado certo da história. Estes são nossos valores”, disse Lapid ao anunciar o alinhamento de Jerusalém com o mundo ocidental.

O chanceler israelense falou ainda sobre a delicada posição em que se encontra Jerusalém diante do conflito entre a Rússia e a Ucrânia, nações tidas por Jerusalém como aliadas. Ele explicou por que o pequeno Estado Judeu não pode se dar ao luxo de entrar em conflito direto com Moscou e disse que os Estados Unidos e o mundo entendem a complexa encruzilhada israelense.

“Em primeiro lugar, Israel tem efetivamente uma fronteira de segurança com a Rússia”, disse Lapid referindo-se a presença militar russa na Síria e a capacidade de Moscou de agir como agente moderador no Oriente Médio.

“A Rússia é o poder militar mais significante presente na Síria e o mecanismo de cooperação militar com Moscou nos permite agir contra efetivamente contra o estabelecimento do Irã em nossa fronteira norte”, disse o chanceler israelense.

Jerusalém vem nutrindo há anos suas relações com Moscou e por isso goza de liberdade para agir militarmente contra o regime iraniano na Síria impedindo assim, que armas cheguem às mãos do Hezbollah e de outros grupos terroristas.

A presença de duas grandes comunidades judaicas, tanto na Ucrânia quanto na Rússia, é outro motivo pelo qual Israel tem suas mãos atadas. Jerusalém está fazendo tudo em seu alcance para preservar a integridade e garantir a segurança de ambas.

“Este é o motivo de existir um Estado Judeu. Esta é nossa obrigação”, disse Lapid.

O chanceler israelense confirmou ainda o envio de três aviões e 100 toneladas de ajuda humanitária à Ucrânia.

 

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