Entrevistados por jornalista, palestinos defenderam a anexação de parte da Cisjordânia por Israel e foram presos pela Autoridade Palestina.
Por David Aghiarian, Unidos com Israel
Beit Shemesh, 15/07/2020
No mês passado, Tzvi Yehezkeli, um renomado jornalista israelense dirigiu até cidades e vilarejos árabes na região da Judéia e Samária, para entrevistar alguns dos cidadãos da Autoridade Palestina. Yehezkeli queria descobrir o que pensam os palestinos sobre o plano israelense de afirmar sua soberania sobre parte do território hoje conhecido como Cisjordânia. Isto, em função do “Acordo de Paz do Século” arquitetado pelo presidente americano Donald Trump.
Desde o primeiro momento, antes mesmo da divulgação dos termos da proposta de paz para o Oriente Médio movido pelo governo dos Estados Unidos, os altos funcionários da Autoridade Palestina o condenaram. Em uma nota, o porta-voz de Mahmoud Abbas chegou a dizer que “aqueles que desejam servir ao interesse do povo palestino devem respeitar” a posição da Autoridade Palestina, que segundo ele, era um reflexo da sociedade. Ou seja, aqueles que tiverem uma opinião diferente da liderança são inimigos, traidores. Não há espaço para a paz como não há espaço para a diversidade de opiniões.
Deixando as luxuosas mansões dos líderes palestinos de lado e seguindo em direção às cidades e aldeias, o jornalista israelense Tzvi Yehezkeli descobriu que grande parte da sociedade palestina sonha em viver em Israel como um cidadão israelense como outro qualquer.
Ao ser questionado se teria vontade de receber a cidadania israelense, um palestino que não quis ser filmado preferiu não responder por “ter medo de ser enforcada”. Mas segundo ele, “80% dos moradores da cidade onde vivo querem a cidadania israelense e 20% também querem, mas preferem não se manifestar”.
“Os palestinos não querem a Autoridade Palestina”, disse um outro entrevistado “eles nos humilham e nos destroem”. Segundo ele, a liderança palestina só tem interesse em atos de terror e corrupção. “Eles só roubam”, concluiu ele antes de relatar que seu cunhado foi submetido a uma cirurgia em Israel e todos os custos foram pagos por uma ONG israelense.
Nesta terça-feira (14), dias após a exibição da reportagem, o jornalista israelense contou a rede de notícias francesa AFP que entre os entrevistados, ao menos 6 pessoas foram presas pelas forças de segurança da Autoridade Palestina. “Tudo que eles disseram foi que desejam ser cidadãos israelenses” disse Tzvi Yehezkeli, “agora eles estão nas instalações de tortura da Autoridade Palestina. É horrível”.
Questionada pela rede de notícias AFP a Autoridade Palestina negou as acusações, mas familiares dos presos as confirmaram. “Eles estão presos há várias semanas e serão julgados por ter falado com um meio de comunicação israelense e criticado a Autoridade Palestina.”
Não é de hoje que a liderança palestina prende aqueles que discordam de suas opiniões e interesses. Em junho do ano passado por exemplo, o empresário Salah Abu Miala foi preso pelas forças de segurança da Autoridade Palestina por haver participado do Fórum Econômico Prosperidade para a Paz.