Líderes tribais e proeminentes membros da sociedade iraquiana se reuniram em Arbil para exigir a adesão do Iraque aos Acordos de Abraão.
Por David Aghiarian, Unidos com Israel
Tel Aviv, 26/09/2021
Mais de 300 importantes membros da sociedade iraquiana defenderam o estabelecimento de um acordo de paz entre Israel e o Iraque e a completa normalização das relações entre Bagdad e Jerusalém. Isto, através de uma conferência realizada na última sexta-feira (24) em Arbil e organizada pelo Center for Peace Communications, um Think Tank americano empenhando em promover os Acordos de Abraão.
Arbil é a quarta maior cidade do Iraque e capital da região autônoma do Curdistão iraquiano.
Este é um apelo sem precedentes no Iraque, onde a legislação proíbe a normalização das relações com Israel e criminaliza atos que defendam esta agenda.
Na teoria, o Iraque está em guerra com Israel desde a criação do Estado Judeu em maio de 1948. Sob o comando de Sadan Hussein o exército iraquiano travou diversas batalhas contra as forças israelenses e em 1991, lançou dezenas de mísseis scud contra as cidades de Haifa e Tel Aviv.
Em 1981 uma operação preventiva da força aérea israelense bombardeou e destruiu a usina nuclear de Osirak. Localizada a 15km de Bagdad, a instalação foi construída por Saddan Hussein com o apoio do então presidente francês Jacques Chirac.
De acordo com os organizadores compareceram ao evento desta sexta-feira em Arbil líderes tribais xiitas e sunitas, além de representantes de diversas cidades e províncias iraquianas. Entre elas, Bagdad, Mossul, Saladin, Ambar, Diala e Babilônia.
Entre os presentes estava Sahar al-Tai, Diretora do Centro de Pesquisas do Ministério da Cultura de Bagdad. Segundo ela, nenhuma força, local ou estrangeira, tem o direito de impedir o povo iraquiano de defender a paz entre o Iraque e Israel.
“Exigimos nossa adesão aos Acordos de Abraão. Assim como fizeram os signatários deste tratado, também queremos a normalização das nossas relações com Israel”, disse al-Tai.
Ao discursar e exigir a normalização das relações do Iraque com Israel o líder sunita Wissam al-Hardam, que se uniu a luta dos Estados Unidos contra a Al Qaeda, disse que chegou o momento de unir os povos descendentes de Abraão.
“Nós devemos escolher entre a tirania e o caos de um lado, e um emergente eixo de legalidade, decência, paz e progresso de outro”, disse al-Hardan.
O líder sunita observou ainda a diferença entre a situação dos países signatários dos Acordos de Abraão e daqueles que optaram pelo conflito. Neste último grupo, segundo ele, reina “a guerra e a devastação”.
Através das redes sociais, o Primeiro-ministro de Israel, Naftali Bennett, disse que Jerusalém está com a mão estendida para a paz.
“Centenas de membros da sociedade iraquiana, xiitas e sunitas, se reuniram ontem pela paz com Israel. Esta é uma exigência que está vindo de baixo, do povo e não do governo, e um importante passo para o reconhecimento da histórica tragédia causada a comunidade judaica do Iraque. O Estado de Israel está com a mão estendida para a paz”, disse Bennett.
מאות אנשי ציבור עיראקים, סונים ושיעים, התכנסו אתמול כדי לקרוא לשלום עם ישראל. זוהי קריאה שבאה מלמטה ולא מלמעלה, מהעם ולא מהממשלה, וחשובה במיוחד ההכרה בעוול ההיסטורי שנעשה ליהודי עיראק.
מדינת ישראל מושיטה לכם את ידה לשלום בחזרה. pic.twitter.com/VtfimygLr5— Naftali Bennett בנט (@naftalibennett) September 25, 2021
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