Durante o mês de março 961 imigrantes concluíram o processo de aliá e chegaram a Israel. Entre eles, um grupo de 72 judeus da Etiópia.
Por Arieh Savir, TPS
Versão em português: David Aghiarian, Unidos com Israel
Nem a pandemia provocada pelo coronavírus, o cancelamento de milhões de voos e o fechamento das fronteiras impediu que judeus regressassem ao Estado de Israel. Durante o mês de maio, 961 pessoas concluíram o processo de Aliá e imigraram para o estado judeu. Ao chegar a Israel os novos imigrantes recebem o status de Olim Chadashim.
Promovida pela Agência Judaica (Sochnut HaYehudit), um órgão do governo israelense, a Aliá é o processo de imigração. É através da Aliá que judeus de todo o mundo regressam ao Estado de Israel e fazem dele, o seu novo lar.
O status de Olê Chadash ou Olá Chadashá, (masculino e feminino), garante aos novos imigrantes uma série de direitos como aulas gratuitas de hebraico, plano de saúde grátis por um ano, ajuda financeira durante os primeiros meses em Israel e até estudos acadêmicos financiados pelo governo para os mais novos, até 30 anos. Mas além dos direitos, há também deveres. Após um determinado período, os Olim Chadashim passam a pagar impostos como qualquer outro cidadão israelense e os jovens, devem alistar-se no Exército de Defesa de Israel e proteger seu país como se fossem “sabras”, israelenses natos.
Aliá apesar do coronavírus (Covid-19)
De acordo com uma decisão do governo israelense, toda e qualquer pessoa que tenha direito a fazer Alíá terá sua entrada admitida no Estado de Israel. Isto, apesar do fechamento das fronteiras do país para estrangeiros.
“O Estado de Israel é o lar de todos os judeus do mundo. Mesmo nestes dias, continuaremos a absorver aqueles que desejem fazer Aliá”, disse Yoav Galant, Ministro da Imigração de Israel.
Mesmo podendo entrar em Israel, apesar da crise provocada pelo coronavírus, todos os novos imigrantes devem cumprir um período de isolamento e quarentena.
Um grupo de 72 judeus da Etiópia foram os últimos a chegar a Israel no mês de maio. Eles aterrissaram em Tel Aviv na terça-feira. Antes de irem para o Centro de Absorção de Imigrantes Beit Alfa, no norte de Israel, o grupo passará 14 dias em quarentena em uma pousada preparada pelas autoridades especialmente para recebê-los.
Os judeus etíopes são membros da comunidade Beta Israel e uma das teorias é que sua linhagem esteja ligada diretamente ao Rei Salomão e a Rainha de Sabá. Isolados na Etiópia por séculos, eles acreditavam ser os últimos judeus sob a face da terra até serem “descobertos” por missionários em 1860 e depois pelo pesquisador Joseph Halevi.
Devido a perseguição e ao antissemitismo, muitos dos membros desta comunidade foram forçados a se converter ao catolicismo e passaram a ser chamados de Falash Muras ou falashas.
Há anos o Estado de Israel resgata os falashas da Etiópia. A mais famosa das ações de Israel para salvar os membros da comunidade Beta Israel, é a operação Moisés. Através dela, o Serviço Secreto de Israel, o Mossad, resgatou milhares de judeus da guerra civil na Etiópia através de um hotel de fachada no Sudão. A operação Moisés inspirou o filme “Missão no Mar Vemelho” que pode ser visto no Netflix.
Este ano, por decisão do governo israelense, ao menos 398 judeus da Etiópia serão trazidos para Israel e receberão o status de novos imigrantes (Olim Chadashim), até o final do ano.
De acordo com o último censo apresentado em dezembro de 2019, a comunidade de judeus etíopes hoje em Israel conta com mais de 150.000 pessoas.
Além dos judeus da Etiópia, no domingo à noite, um grupo de 26 Olim Chadashim chegou a Israel vindos da Rússia, mais especificamente de São Petersburgo. O processo de Aliá destes novos israelenses foi patrocinado pela Embaixada Cristã Internacional de Jerusalém (ICEJ).
Em meio a crise do coronavírus, a imigração deste grupo marcou o trigésimo aniversário de patrocínio da ICEJ a judeus da antiga União Soviética que desejam transformar Israel em seu novo lar.
Em 2019, 34.872 judeus imigraram para Israel e tornaram-se Olim Chadashim. Isto representa um aumento de 20% em relação a 2018. Este ano, apesar do coronavírus, a Aliá de judeus para Israel continua firme e forte.