“É inadmissível que entregadores que trabalhem para a empresa Deliveroo ousem praticar abertamente a discriminação antissemita”, disse o presidente do Conselho Israelita do Baixo Reno, órgão que representa a comunidade judaica de Estrasburgo.


Por Algemeiner

Versão em português, UWI

 

Um aplicativo francês de entrega de comida foi acionado judicialmente depois que os proprietários de dois restaurantes kasher, que atendem a comunidade judaica com alimentos preparados de acordo com os preceitos religiosos, relataram haver sido alvo de antissemitismo. Segundo eles, ao menos dois entregadores do aplicativo se recusaram a recolher os alimentos e fazer as entregas por causa de seu ódio contra judeus. Isto, na cidade de Estrasburgo.

O advogado Raphaël Nisand, que representa ambos os restaurantes, disse que os proprietários vivenciaram a mesma experiência durante o último final de semana.

“Eles preparam as encomendas e o entregador então perguntou: “qual a sua especialidade?” Ao dizerem se tratar de comidas judaicas os entregadores responderam que não fariam entregas para judeus”, contou Nisand à agência de notícias francesa AFP nesta segunda-feira.

O advogado pediu que a polícia francesa abrisse um inquérito para investigar os crimes de antissemitismo e prestou queixa contra o aplicativo Deliveroo, responsável pelas entregas. Além de Nissand, o Conselho Israelita do Baixo Reno, que representa a comunidade judaica local, e a organização BNVCA, que realiza um monitoramento das atividades antissemitas, também prestaram queixas e pediram que os agressores fossem responsabilizados.

“O Conselho Israelita do Baixo Reno considera inadmissível que os entregadores que trabalham para a empresa Deliveroo se atrevam a praticar abertamente, a discriminação antissemitas”, diz uma nota divulgada por Maurice Dahan, líder da comunidade judaica local.

Nesta segunda-feira, o aplicativo Deliveroo confirmou a abertura de um processo interno de apuração das acusações de antissemitismo.

“Enxergamos as acusações com extrema seriedade e imediatamente decidimos pela condução de uma apuração interna que irá esclarecer os fatos. Se estes forem comprovados, rescindiremos o contrato do homem responsável pelas entregas de forma definitiva”, disse a empresa através de um comunicado.

O aplicativo Deliveroo acrescentou ainda que “não tolera quaisquer ações ou palavras de cunho antissemita, que constituem uma ofensa crime, e condena veementemente atos desta natureza”.