O novo Chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, visitou Israel nesta quarta-feira e reuniu-se em Jerusalém com o primeiro-ministro Naftali Bennett.
Por David Aghiarian
Tel Aviv, 03/03/2022
Ao lado do Chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, o Primeiro-ministro de Israel, Naftali Bennett, anunciou que Jerusalém e Berlim darão início a uma nova estratégia de cooperação bilateral nas áreas da segurança e relações exteriores.
“Estou feliz em anunciar que o chanceler e eu concordamos em criar uma estratégia de cooperação entre o Estado de Israel e a Alemanha. Isto acontecerá na forma de reuniões que acontecerão duas vezes ao ano e tratarão das áreas da defesa e assuntos de Estado”, disse o primeiro-ministro Naftali Bennett.
Israel tem acordos similares na área da defesa com os Estados Unidos e o Reino Unido apenas. Este novo, acertado junto ao chanceler alemão, é uma herança da política criada por Angela Merkel e do comprometimento de Berlim com a defesa do Estado Judeu.
Horas antes de deixar a Alemanha com destino a Israel, o chanceler Olaf Scholz anunciou que seu governo passará a investir 2% do PIB alemão na área da defesa. Isto, em resposta a invasão da Ucrânia pela Rússia e do início da primeira guerra no continente europeu desde 1945.
Especialistas acreditam que a Alemanha tenha grande interesse pela tecnologia de cibersegurança e bélica israelense, consideradas umas das mais avançadas do mundo.
Durante uma breve coletiva de imprensa tanto Bennett quanto Scholz disseram haver conversado bastante sobre a guerra entre a Rússia e a Ucrânia.
“Nossa obrigação como líderes é de fazer todo o possível para impedir o derramamento de sangue e levar a disputa dos campos de batalha à mesa de negociações. Ainda há tempo para isso”, disse Bennett que conversou nesta quarta-feira com Vladimir Putin e Volodymyr Zelensky.
O premiê israelense disse Jerusalém está buscando novas formas de ajudar a Ucrânia, mesmo após haver enviado 100 toneladas de ajuda humanitária ao país eslavo.
O chanceler alemão por sua vez pediu que a Rússia pare imediatamente com as hostilidades e ataques aos cidadãos ucranianos e à infraestrutura civil.
Scholz voltou a enfatizar que a Alemanha não irá intervir militarmente na guerra entre a Rússia e a Ucrânia e assim como Bennett, defendeu a diplomacia.
As negociações acerca do acordo nuclear JCPOA entre as potências mundiais e o Irã, que acontecem em Viena, na Áustria, também foram pauta da reunião entre o chanceler alemão e o primeiro-ministro israelense.
Inimigo do Irã e principal alvo do regime dos aiatolás, Israel se opõe veementemente ao acordo nuclear por julgar que este não será capaz de impedir que Teerã desenvolva armas nucleares.
“A Alemanha sempre estará ao lado de Israel”, disse Scholz sobre a ameaça iraniana.
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