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O diplomata português Aristides de Souza Mendes ganhou o título de “Justo entre as Nações” do Memorial do Holocausto Yad Vashem, além de uma praça com seu nome na cidade de Jerusalém.


Por Unidos com Israel

Jerusalém, 09/11/2022

 

A cidade de Jerusalém ganhou esta semana a praça Aristides de Souza Mendes como forma de homenagem ao diplomata português que salvou milhares de pessoas das garras do nazismo durante a Segunda Guerra Mundial. Entre as pessoas salvas da morte pelo diplomata Aristides de Souza Mendes, estavam 10.000 judeus, que graças a sua bravura, conseguiram fugir da Alemanha e territórios ocupados pelas forças de Adolph Hitler.

Pelas suas ações, Aristides de Souza Mendes é reconhecido pelo Memorial do Holocausto Yad Vashem, em Jerusalém, como um “Justo entre as Nações”. Esta é uma homenagem do Estado de Israel aos gentios que desafiaram o nazismo e colocaram suas próprias vidas em risco para salvar judeus durante o Holocausto.

Entre alguns dos mais famosos personagens da história a receber o título de “Justos entre as Nações” estão Oscar Schindler, Raol Wallemberg, Alfred Delp e as princesas Alice e Helena da Grécia.

“É uma grande honra ter na capital do povo judeu uma praça dedicada ao diplomata português Aristides de Souza Mendes, um Justo entre as Nações, que arriscou sua própria vida e salvou milhares das atrocidades do nazismo durante a Segunda Guerra Mundial. A partir de hoje e por muitas gerações, nós celebraremos a bravura e o heroísmo de Mendes”, disse o Prefeito de Jerusalém, Moshe Lion.

Esteve ainda presente na cerimônia de inauguração da praça, que fica no bairro de Kriyat Yovel, o Embaixador de Portugal em Israel, Jorge Cabral, e membros da família de Aristides de Souza Mendes, que morreu em abril de 1954.

 

Desafio ao regime de Oliveira Salazar

Portugal, durante a Segunda Guerra Mundial, estava sob o domínio do ditador António de Oliveira Salazar que em 1939, expediu uma ordem (Circular 14) impedindo a concessão de vistos para diversos grupos de pessoas que tentavam fugir do nazismo. Entre eles, judeus.

De acordo com o decreto de Salazar, apenas pessoas em trânsito teriam direito a receber um visto de entrada em Portugal e para obtê-lo deveriam provar que deixariam o território português. Algo impossível para refugiados de guerra que haviam perdido tudo, de seus bens a sua dignidade, e buscavam apenas sobreviver.

Exercendo o cargo de Cônsul Geral de Portugal em Bordeaux, na França, Aristides de Souza Mendes desafiou o decreto de Salazar e concedeu vistos a 30.000 refugiados. Destes, 10.000 era judeus que se salvaram das garras do nazismo e da morte certa nos campos de concentração e extermínio.

Mais tarde, Aristides de Souza Mendes foi descoberto, submetido a um processo disciplinar e punido por Salazar.