Apoiadora de Ebrahim Raisi em Teerã (AP Photo/Ebrahim Noroozi) Apoiadora de Ebrahim Raisi em Teerã (AP Photo/Ebrahim Noroozi)

Eleito para o cargo de Presidente do Irã Ebrahim Raisi esteve à frente dos “Comitês da Morte” e é conhecido como o “açougueiro de Teerã”.


Por David Aghiarian, Unidos com Israel

Tel Aviv, 20/06/2021

 

A Secretária-geral da Anistia Internacional, Agnes Callamard, condenou a eleição de Ebrahim Raisi para o cargo de Presidente do Irã. Raisi foi eleito neste sábado em um pleito boicotado por grande parte da população iraniana e que contou com a participação de apenas 48,8% dos eleitores.

Ebrahim Raisi é o atual Presidente do Poder Judiciário iraniano, clérigo linha dura e ultraconservador ele é cotado até para um dia ocupar o cargo do aiatolá Ali Khamenei, atual líder supremo do Irã. Conhecido como o “açougueiro de Teerã” por sua participação nos “Comitês da Morte”, ele é um dos responsáveis pelo desaparecimento e assassinato de milhares de opositores do regime terrorista.

“O resultado das “eleições” já era esperado. No entanto, o fato de Ebrahim Raisi haver sido promovido ao cargo de presidente ao invés de ser investigado por crimes contra a humanidade de assassinato, sequestro, desaparecimento e tortura, é um sombrio lembrete de que a impunidade reina suprema no Irã”, escreveu a Secretária-geral da Anistia Internacional.

Agnes Callamard acusou o regime iraniano por encobrir o destino, paradeiro e os corpos das vítimas de Ebrahim Raisi e classificou esta política como um “um crime em curso contra a humanidade”.

Em nota a Anistia Internacional afirmou que durante o mandato de Raisi houve um aumento da repressão contra “pacíficos opositores, defensores dos Direitos Humanos e minorias”. O órgão ainda o responsabiliza pelo assassinato de “centenas de homens, mulheres e crianças”.

Pela primeira vez em 20 anos e durante o mandato de Raisi à frente do judiciário, um homem foi condenado à morte no Irã por consumir bebida alcóolica.

“A ascensão de Ebrahim Raisi à presidência é fruto de um processo eleitoral conduzido em um ambiente altamente repressivo e que impediu a candidatura de mulheres, membros de minorias religiosas e candidatos com pontos de vista opostos”, afirmou a Anistia Internacional.

O órgão apelou ainda ao Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas para que assuma uma postura concreta e tome medidas contra o regime iraniano.