Merav Michaeli irá comandar o Partido Trabalhista (Avodá) de Israel.
Por David Aghiarian, Unidos com Israel
Tel Aviv, 25/01/2021
Já comandado por nomes como o de David Ben Gurion, Golda Meir, Yitzchak Rabin e Shimon Peres, o Partido Trabalhista de Israel, ou Avodá como é chamado em hebraico, tem uma nova líder.
Após realizar eleições primárias para a liderança do partido, o Avodá elegeu ontem sua nova dirigente, a parlamentar Merav Michaeli, que conquistou 77% dos votos válidos. Mas este número não pode ser considerado uma vitória quando apenas 9.651 eleitores, entre os mais de 37.000 israelenses afiliados ao Partido Trabalhista, optaram por votar.
Hoje com 54 anos, Merav Michaeli é uma jornalista que já apresentou programas de rádio e televisão. Natural da cidade de Petach Tikva, na região central de Israel, Michaeli cresceu no movimento dos escoteiros, através do qual, segundo ela, foi apresentada às diferenças de classe social e econômica.
Feminista, Merav Michaeli já se opôs em diversas ocasiões à instituição do matrimônio por considerar que esta subjuga a mulher e dá poderes ao homem. Ela diz também haver optado por não ter filhos.
Em entrevista para o jornalista israelense Roni Kuban em 2018, ela disse que só se veste de preto, não usa maquiagem e mantem o cabelo sempre preso para ocultar seus traços femininos e para que o mundo possa focar apenas em seu rosto, sua mente, seu intelecto.
Às vésperas de uma eleição para o Knesset e em um momento político em que segundo muitas pesquisas de opinião o Avodá não conseguirá fazer parte do próxima formação do Parlamento do Estado de Israel por não ultrapassar a cláusula de impedimento, Michaeli tem muito trabalho pela frente.
Hoje de manhã, em entrevista para a rede de notícias Ynet, ela prometeu trabalhar pela reestruturação e reconstrução do partido que fundou Israel e o governou por anos através de seus ideais socialistas. Além disso, Merav Michaeli prometeu que o Avodá deixará de compor o governo de emergência e união nacional encabeçado por Benjamin Netanyahu.
Questionada sobre a possibilidade de haver lugar no Avodá para o ex-líder do partido, Amir Peretz, ela disse que não. Segundo ela, Peretz cometeu um erro estratégico, enganou seus eleitores e roubou seu voto ao concordar em se unir a Benjamin Netanyahu.
Nove dias antes do fechamento das listas e coligações que disputarão as próximas eleições para o Knesset, Meirav Michaeli terá de unir os diversos partidos de esquerda se quiser se manter viva no cenário político israelense e evitar o colapso histórico do Avodá. Partido este, que podemos hoje concordar com seus ideais ou não, mas a quem devemos tanto.