Visita relâmpago do Primeiro-ministro de Israel aos Emirados Árabes ocorre durante escalada das tensões no Oriente Médio, diante da possibilidade de um Irã com capacidade bélica nuclear.
Por David Aghiarian, Unidos com Israel
Tel Aviv, 11/06/2022
O Primeiro-ministro de Israel, Naftali Bennett, reuniu-se na última quinta-feira (9) em Abu Dhabi com o Presidente dos Emirados Árabes Unidos, Sheikh Mohammed bin Zayed Al Nahyan, e o confortou pela morte do ex-líder emiradense Sheikh Khalifa bin Zayed Al Nahyan.
Israel e os Emirados Árabes Unidos normalizaram suas relações diplomáticas há menos de dois anos através dos Acordos de Abraão. Estes, arquitetados pelo ex-Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, abriram caminho para que outras nações muçulmanas, como o Bahrein e o Marrocos, também normalizassem suas relações com Jerusalém.
O Sudão também chegou a estabelecer relações com Israel, mas a instabilidade política do país impediu que os laços entre Jerusalém e Cartum fossem desenvolvidos proficientemente.
Em sua chegada a Abu Dhabi o primeiro-ministro Naftali Bennett foi recebido pelo Ministro das Relações Exteriores dos Emirados Árabes Unidos, Sheikh Abdullah bin Zayed Al Nahyan, que o acompanhou durante o dia. Em seguida, Bennett seguiu para o palácio presidencial onde se reuniu com Mohammed bin Zayed em particular por aproximadamente 2h.
A visita relâmpago de Bennett aos Emirados Árabes continuou com uma reunião entre as equipes dos dois líderes e terminou com um almoço oferecido pelo anfitrião emiradense.
Esta é a segunda visita de Bennett aos Emirados Árabes e a terceira vez que o líder israelense se reúne publicamente com Mohammed bin Zayed. As outras duas interações aconteceram em dezembro do ano passado em Abu Dhabi e em março deste ano em Sharm el-Sheik, no Egito. Nesta última ocasião, também esteve presente o presidente egípcio Abdel Fatah al-Sisi.
Coalização contra o Irã
A recente visita do Primeiro-ministro de Israel aos Emirados Árabes Unidos e o encontro deste com Mohammed bin Zayed acontece durante a escalada das tensões entre o mundo ocidental e Teerã. Além disso, os recentes informes de que Jerusalém pode estar por trás de uma série de investidas contra agentes iranianos e prepara um ataque ao Irã contribuem para o aquecimento dos ânimos no Oriente Médio.
O regime teocrático e extremista iraniano, e seu programa nuclear, são vistos como uma ameaça tanto por Israel quanto por muitos países muçulmanos. Estes, passaram a enxergar Jerusalém como um forte aliado contra as aspirações terroristas de Teerã e mostram-se dispostos até, a agir militarmente em cooperação direta e pública, com as Forças de Defesa de Israel.
Para apontar a formação desta coalizão podemos citar por exemplo os exercícios militares que em novembro do ano passado, uniram pela primeira vez as marinhas dos Estados Unidos, Israel, Bahrein e Emirados Árabes Unidos. Em outra ocasião, desta vez em abril de 2021, caças israelenses e emiradenses treinaram lado a lado no Chipre.
Em um post publicado nas redes sociais após seu encontro com o presidente Mohammed bin Zayed o primeiro-ministro Naftali Bennett disse que ambos discutiram a fundo “questões regionais”.
“Temos um objetivo em comum: um Oriente Médio seguro e próspero”, escreveu Bennett.
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