Presidente Reuven Rivlin. (Hadas Parush/Flash90) Presidente Reuven Rivlin. (Hadas Parush/Flash90)

Faltando poucas horas para o fim do prazo dado ao Primeiro-ministro de Israel para a formação de uma coalizão, Reuven Rivlin responde à população.

David Aghiarian, Unidos com Israel

“Senhor presidente, na realidade, o que você deve fazer se não houver uma coalizão até a meia noite?”, escreveu Rivlin. “Então meus amigos, a explicação está na minha página do Facebook” concluiu.

O Presidente de Israel postou um vídeo em sua página no Facebook onde explica o que pode vir a acontecer se o Primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, não o avisar que conseguiu formar uma coalizão.

Rivlin começou o vídeo dizendo: “Meus queridos e minhas queridas, eu recebi e estou lendo todas as suas mensagens referentes a formação de uma coalizão. Frente a quantidade de mensagens que inundam o meu gabinete, é muito importante que eu explique qual é a jurisdição ou poderes do Presidente”.

“O Primeiro-ministro de Israel, parlamentar Benjamin Netanyahu, teve 28 dias para formar uma coalizão. Este prazo foi estendido por mais 14 dias como permite a legislação, o prazo final termina à meia noite”, disse Rivlin.

“Se hoje a noite não houver uma coalizão, eu tenho duas opções e eu devo optar por uma delas no prazo de três dias. A primeira opção é designar a função de formar uma coalizão a qualquer um dos parlamentares do Knesset, menos àquele que já teve esta oportunidade e não conseguiu. A segunda opção é avisar ao líder do parlamento de Israel que, ao meu ver, não existe qualquer possibilidade de uma coalizão ser formada e que não há outra opção, senão, irmos às urnas novamente”, explicou ele.

Rivlin explicou ainda que irá pedir ajuda dos líderes partidários para tomar a decisão que julgar correta. “Para tomar uma decisão, convocarei os líderes partidários novamente e ouvirei seus conselhos.”

Rivlin ressaltou: “é importante que vocês saibam, se eu optar por informar ao líder do parlamento que, ao meu ver, não há um parlamentar apto a formar uma coalizão, os membros do Knesset podem colher 61 assinaturas de parlamentares e pedir, dentro de 21 dias, que eu conceda outra oportunidade e designe, a um dos 120 parlamentares, inclusive aquele que falhou em formar uma coalizão, a tarefa de formar um governo.”

Lei de Dissolução do Parlamento

O Presidente de Israel, disse ainda que se a proposta de lei de dissolução do parlamento, protocolada pelo parlamentar Miki Zohar do Likud, partido de Netanyahu, for aprovada, o parlamento será dissolvido e novas eleições serão marcadas.

Esta opção, é uma manobra política que está sendo usada por Benjamin Netanyahu, para impedir que o Presidente de Israel designe a função de formar uma coalizão à outro parlamentar.

Neste cenário, Netanyahu garantiria a dissolução do parlamento, mesmo antes de o Presidente de Israel tomar uma decisão. Para isto acontecer, a proposta de lei de dissolução do parlamento, deve ser votada ainda hoje e contar com o apoio de pelo menos 61 parlamentares, a maioria.

Benny Gantz, líder do partido Azul e Branco e adversário de Netanyahu, já disse que quer ter a oportunidade de tentar formar um governo. O partido de Gantz é o segundo partido mais forte do Knesset e conta com 35 mandatos, o mesmo que o Likud de Benjamin Netanyahu.

Sobre a manobra política de Netanyahu, Rivlin explicou no vídeo que: “vocês certamente estão se perguntando qual a ligação disto tudo que eu disse com o que está acontecendo nestes instantes no parlamento (se referindo aos debates da proposta de lei de dissolução). Pois bem, não tem ligação. Em paralelo aos meus poderes como presidente, o parlamento tem o poder exclusivo de decidir sobre a sua dissolução através de uma lei. Se a Lei de Dissolução do Parlamento for aprovado pela maioria, pelo menos 61 parlamentares, os trâmites para a formação de uma coalizão e governo terminarão. O parlamento será dissolvido e, para minha infelicidade, iremos novamente as urnas.”

Nunca na história do Estado de Israel, um parlamentar incumbido com a função de formar uma coalizão falhou.

Estima-se que novas eleições custariam aos cofres públicos e a economia de Israel quase 5 bilhões de shekels. De acordo com o Ministério da Fazenda apenas o custo das eleições e da dissolução do parlamento seria de 475 milhões de shkalim.

O presidente de Israel concluiu o vídeo dizendo que: Se depender de mim, farei o possível e o que estiver ao meu alcance, para impedir que Israel tenha novas eleições.”