UNIDOS COM ISRAEL

Sob a sombra da mutação britânica do coronavírus, Israel flexibiliza regras do lockdown

Netanyahu em debate com líderes europeus, acerca do enfrentamento da pandemia (foto: Koby Gideon, GPO)

Em vigor em Israel desde dezembro, política do lockdown se mostrou ineficaz diante do alto poder de contágio da cepa britânica do coronavírus.


Por David Aghiarian, Unidos com Israel

Tel Aviv, 06/02/2021

 

Incapaz de justificar a prorrogação do confinamento, o governo israelense votou na última quinta-feira (4), pela flexibilização das regras do lockdown. Em vigor desde dezembro e com suas normas enrijecidas há um mês, esta política não surtiu o efeito esperado pelo Ministério da Saúde e tornou-se insustentável diante do impacto gerado na economia e saúde mental da população.

Assim, neste domingo, aboliu-se o confinamento da população a um raio de 1km de suas casas e parte do comércio voltou a abrir suas portas. Até agora oferecendo apenas o serviço de entregas, bares e restaurantes puderam, a partir deste domingo, retomar o take-away, o famoso “pra viagem” ou “pra levar”. O consumo dentro dos estabelecimentos ainda está proibido.

Ainda neste domingo, o governo israelense se reúne para estudar como será a volta às aulas. A expectativa, é de que creches, jardins de infância e escolas até o quarto ano do ensino fundamental voltem a funcionar em cápsulas. Além disso, já beneficiados pela campanha de vacinação, os jovens entre 16 e 18 anos também deverão voltar às instituições de ensino e abandonar o zoom.

Mas apesar da flexibilização das restrições, o governo israelense votou por manter fechado o aeroporto internacional Ben Gurion em Tel Aviv até o próximo dia 21 de fevereiro. Impedidos de voltar ao país, muitos israelenses presos no exterior pelo governo israelense serão “resgatados” pela cia. aérea Israir, que ganhou uma licitação para operar voos emergenciais entre Tel Aviv e Frankfurt. Estuda-se ainda, operar voos emergenciais entre as cidades de Tel Aviv e Nova Iorque já esta semana.

Neste cenário absurdo, para se conquistar o direito de voltar para casa, os israelenses presos no exterior deverão fazer um requerimento a um comitê do Ministério da Saúde e satisfazer alguns pré-requisitos. Entre eles, concordar com um período de 14 dias de confinamento compulsório.

Em uma tentativa de barrar a entrada de novas cepas do coronavírus, todos os israelenses que chegarem ao país serão submetidos a um período de 14 dias de confinamento em hotéis operados pela Unidade de Defesa Civil do exército israelense.

 

Nova cepa britânica “mudou as regras do jogo”, dizem autoridades

 

De acordo com o quadro de especialistas da área da saúde, que assessoram o comitê do coronavírus, órgão colegiado do governo israelense responsável pelo enfrentamento da pandemia, a nova cepa britânica do coronavírus “mudou as regras do jogo”. Notoriamente mais contagiosa e letal, esta variação do vírus chinês, agora com sotaque britânico, teria impedido o “sucesso” das medidas de confinamento que por duas vezes em Israel, conseguiram reduzir drasticamente o número de pacientes diagnosticados com covid-19.

Com grande parte da população israelense acima de 60 anos já imunizada pela campanha de vacinação, após receber as duas doses do medicamento desenvolvido pela Pfizer, a nova cepa britânica parece estar afetando principalmente os mais jovens. Na última quinta-feira (4) por exemplo, entre os 7.168 israelenses que receberam resultados positivos em seus exames de coronavírus, 44% são crianças menores de 19 anos. Em contrapartida, apenas 6,2% dos novos casos de covid-19 diagnosticados na última quinta-feira são de pacientes com mais de 60 anos.

Israel tem hoje 1.755 pacientes hospitalizados devido a complicações ligadas a covid-19. Entre eles, 1.144 pessoas em estado grave e 312 em coma induzido, sobrevivendo com o auxílio de respiradores. Por aqui, 5.096 pessoas já perderam suas vidas para o virus chinês, 40 apenas nas últimas 24h.

Diante destes números, Israel aposta todas as suas fichas na campanha de vacinação, que vem provando sua eficácia. Na semana passada, esta foi estendida à toda a população.

 

 

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